Com vendas em baixa, Honda tem ‘brilhante’ ideia de subir preço do Civic

O sedã médio, que já foi um dos mais vendidos do país, não emplacou 400 unidades no ano e, mesmo assim, está ainda mais caro

Em janeiro, a Honda apresentou a 11º geração do Civic no Brasil. O modelo, completamente reformulado, chegou por aqui com motorização híbrida inédita, visual mais burocrático e em versão única, a e:HEV, por um preço assustador: R$ 244.900. Ou seja, R$ 100 mil a mais que a opção de entrada do maior concorrente, o Toyota Corolla, na época.

Com isso, o que já foi um dos sedãs médios mais vendidos do país, em uma briga ferrenha com o maior rival, despencou nas vendas. Nos primeiros oito meses do ano, ele emplacou míseras 390 unidades, chegando ao absurdo de, em julho, ter comercializado apenas quatro unidades em todo o país, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

O normal, em uma situação dessas, seria a marca reduzir o preço do veículo para tentar, minimamente, retomar as vendas. Mas a Honda teve a “brilhante” ideia de, em vez de abaixar os valores do Civic, fez foi subir e, agora, custa ainda mais salgados R$ 259.900, ou seja, subiu R$ 15 mil, mesmo em um cenário que o dólar caiu de preço.

Uma das questões dele ser tão caro é que, ao contrário das últimas gerações, a 11ª é importada em vez de ser produzida por aqui. Mesmo assim, quando chegou ao Brasil, o dólar estava em R$ 5,21 e, agora, no preço desta quarta-feira (27), está em R$ 5,04.

Para se ter uma ideia, no Japão, país natal do modelo, a versão e:HEV parte de 3.980.900 ienes, o que representa R$ 134.277 na conversão direta, ou seja, era para chegar aqui na casa dos R$ 170 mil. Lembrando que, ainda, veículo eletrificado não paga o imposto de importação e, mesmo que pagasse, o Civic deveria custar cerca de R$ 225 mil.

Com um preço tão elevado, e em uma categoria que vem perdendo espaço para os SUVs, o Civic conseguiu emplacar, até o momento em 2023, menos do que um Audi A3 (426), que um BMW 330e (434) e que um Porsche 911 (572). Para se ter uma ideia, a BYD já comercializou 467 unidades do elétrico Dolphin, que chegou há pouco mais de dois meses, e mais de 40 utilitários diferentes tem números melhores.