Chevrolet Tracker Midnight, o retorno da versão escurecida ao SUV

Se na primeira vez, na geração anterior, a configuração era baseada na opção topo de linha, agora, ela chega como uma das intermediárias

No início de 2018, a Chevrolet inovou ao apresentar a S10 Midnight. A versão escurecida da picape foi a primeira do tipo na marca por aqui. Há época, a divisão brasileira da GM foi tão ousada, que teve que convencer a matriz nos Estados Unidos (EUA) para trocar a cor da famosa gravata, de dourado, para preto. O sucesso, da picape e do logo, foi estrondoso.

No mesmo ano, a Chevrolet lançou outros três modelos baseados na versão e ainda disponibilizou para venda, durante o Salão do Automóvel de São Paulo, a gravata em preto para toda a linha da marca. O logo escuro fez tanto sucesso, que a matriz americana resolveu adotar em modelos feitos na América do Norte.

Com o passar do tempo, toda a linha da marca recebeu a opção Midnight. E, neste ano, a Chevrolet iniciou a nova “safra” de versões escurecidas. Mais uma vez, o primeiro modelo foi a S10, seguida de perto pelo Tracker, agora na novíssima geração (o SUV ainda ganhou a opção esportiva RS), e o nosso “Teste da Vez”.

Ao contrário da primeira versão, a atual Midnight no Tracker não assume como opção topo de linha, mas sim como uma das intermediárias, entre a LT e a LTZ. Com isso, ela utiliza o motor 1.0 turbo e, mesmo não sendo a mais completa, custa sonoros R$ 141.960.

(quase) Tudo preto

A Midnight tem acabamento todo em preto.

Assim como na primeira geração do Tracker Midnight, a atual aposta no acabamento escuro, tanto na carroceria, quanto no interior. Mas ela repete outro problema – visto em outros modelos que contam com a versão –, não é exatamente tudo em preto. Por dentro, as colunas e o teto são claros, o que não faz sentido algum, deveriam ser escuras também.

Por fora, ela mantém o desenho, alterando apenas a cor do acabamento, tudo é escuro, da grade às rodas, passando pela gravata, grade frontal, saias laterais, rack de teto, molduras nos para-choques e nas caixas de roda e a barra que interliga os faróis, que nas demais versões é cromada.

No interior, o desenho também é mesmo,

O desenho da cabine também não foi alterado, mudando apenas a cor. Como de costume, destaque para a tela da central multimídia, principalmente pela qualidade da tela de oito polegadas. A gravata no volante também é em preto, assim como os bancos, painel e forros de porta, só faltaram mesmo o teto e as colunas. 

Na atual geração, outro destaque do SUV é o espaço. Quatro adultos viajam com extremo conforto, uma quinta pessoa sempre gera um certo aperto, mas nada muito grave no caso do Tracker. O porta-malas também é muito bom, com seus 393 litros, nem o maior ou o menor da categoria, mas suficiente para levar muita bagagem.

Intermediário

Para a atual geração, a Midnight ficou como uma das opções intermediaias.

Como falamos, a Midnight está longe de ser uma opção topo de linha. E, mesmo com seus R$ 142 mil, tem uma lista de equipamentos mediana de acordo com a opção, até porque, ela é uma configuração intermediária. Assim, os itens de série não surpreendem muito.

Ela vem com seis airbags, alerta de frenagem de emergência, controles de tração e estabilidade, luz de circulação diurna em LED, banco do motorista com regulagem de altura manual, sensores de estacionamento e crepuscular, câmera de ré, assistente de partida em rampa, piloto automático e sistema OnStar.

Como de costuma, a boa qualidade da tela chama a atenção.

Na parte da comodidade, ar-condicionado manual, chave sensorial para abertura das portas e partida por botão, retrovisores externos elétricos, central multimídia com tela de oito polegadas, conexão sem fio para smartphones e quatro portas USB e wi-fi embarcado para até sete aparelhos. 

Mesmo como uma versão intermediária, a Chevrolet poderia ter ido um pouco além na lista de equipamentos, o ar-condicionado poderia ser digital e, em conjunto com a conexão sem fio, poderia ter carregamento por indução, pois se você precisar carregar o celular, terá que utilizar um cabo. Um sensor de chuva também seria bem-vindo.

Velho conhecido

O motor é o bastante conhecido 1.0 turbo.

A Midnight, como as outras intermediárias do Tracker, utiliza o já muito conhecido motor 1.0 turbo de 116 cavalos e 16,8kgfm de torque, aliado a transmissão automática de seis velocidades, direção elétrica, suspensão independente na dianteira e semi independente na traseira, com freios a disco na frente e tambor atrás (o deslize do conjunto mecânico).

Já velho conhecido, o 1.0 não faz feio, pelo contrário. Na cidade, ele trabalha de forma primorosa, com faixas de torque baixas. Assim, qualquer toque no acelerador faz o SUV disparar pelo asfalto. Qualquer manobra é feita com extrema facilidade, de ultrapassagens a saídas e retomadas de velocidades, tudo fácil e seguro.

A opção de troca de marcha existe apenas na manopla do câmbio.

O câmbio automático também trabalha bem, com trocas suaves, sem trancos. O principal porém é comum na marca e em todos os modelos, a opção de mudança de marcha manual. O Tracker não vem com borboletas no volante, a função é feita apenas por botões no câmbio, ruins de manusear. 

A suspensão é outro item que trabalha bem, absorvendo as inúmeras imperfeições do solo – coisa que não falta nas nossas vias. A direção elétrica progressiva deixa o volante leve em baixa e firme em altas, otimizando ainda mais a segurança. Ao fim do nosso teste, o consumo apontou 10,9km/l, abastecido com gasolina, dentro da média da categoria.

A opinião do Diário Motor

Chevrolet Tracker Midnight.

Para a nova geração do Tracker, a Chevrolet resolveu alterar a ideia da Midnight, com uma versão escurecida intermediária. O visual, como sempre, fica mais elegante com tudo preto, apesar do deslize sem noção e repetitivo das colunas e forro interno do teto serem claras. 

A lista de equipamentos sempre pode ser melhor, principalmente para um veículo de mais de R$ 140 mil, mas faz bem a função de intermediária. O conjunto mecânico, como já de costume, é o ponto forte do Tracker, mesmo na configuração 1.0. No geral, é uma boa aposta, principalmente para quem não curte os excessos de cromados. Vale o teste com possível compra! Nota: 7,5

Ficha técnica

Chevrolet Tracker Midnight.

Motor: 1.0 turbo

Potência máxima: 116cv 

Torque máximo: 16,8/16,3kgfm 

Transmissão: automática de 6 velocidades

Direção: elétrica

Suspensão: independente na dianteira e eixo de torção na traseira

Freios: a disco na dianteira e tambor na traseira 

Porta-malas: 393 litros

Dimensões (A x L x C x EE): 1.626 x 1.791 x 4.270 x 2.270mm 

Preço: R$ 141.960

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