Chevrolet Equinox RS: boa opção, não fossem os concorrentes

Testamos o modelo de uma das categorias mais disputadas, a de SUV médio. Com foco na esportividade, o americano tenta fazer frente a rivais poderosos

Desde 2015, o setor automotivo nacional vem mudando consideravelmente por conta de uma categoria, a dos SUVs. De forma avassaladora, os utilitários passaram a dominar o mercado, superando todos os demais segmentos e, há três anos, são os que mais emplacam no país. Com isso, é, de longe, a categoria com mais representantes.

Juntando todos os tamanhos e considerando os premium e de luxo, são mais de 50 modelos. Apenas os sedãs chegam perto em quantidade, mas passam longe em volume. Nos emplacamentos, os hatches tentam, mas também estão distantes. E, como é de se esperar, o segmento apresenta suas peculiaridades.

Uma delas é entre os médios, sendo uma das que mais têm representantes (mais de 10, sem contar os de luxo) e, ainda assim, tem uma das maiores disparidades nos números. O líder, e o segundo colocado, em 2022 estão dentro do Top20 de veículos que mais emplacaram no ano. Sem falar na diversidade, com modelos de todos os tipos.

Para quem deseja levar um SUV médio para a garagem, há modelos para todos os gostos. Desde os mais urbanos, como Toyota Corolla Cross, Volks Taos e Caoa Chery Tiggo 7, aos com pegada off-road, como Jeep Compass, Mitsubishi Eclipse Cross e Outlander Sport e Ford Bronco e outros com estilo mais esportivo, como o Chevrolet Equinox, principalmente na nova versão RS – e seus R$ 215.790 –, o nosso “Teste da Vez”. 

Estilo esportivo

O Equinox é o terceiro modelo a receber o “selo” RS da GM no Brasil.

O primeiro face-lift do SUV médio da marca da gravata chegou no meio do ano passado com uma grande novidade, a versão RS. Como era esperado, o visual foi atualizado e o utilitário foi o terceiro modelo da americana a receber o “selo” esportivo da montadora. 

Assim, faróis, grade, para-choques, rodas e lanternas foram redesenhados. Como é comum nas opções esportivas, a RS faz uso do acabamento escurecido, inclusive da clássica gravata, símbolo da marca. Dessa forma, tirando um pequeno filete cromado na grade – que tem desenho diferenciado – que interliga os faróis, tudo é escurecido.

Acabamento escurecido por dentro e por fora.

Os tons em preto podem ser vistos nas saias frontais e laterais, em detalhes nos retrovisores e no para-choque traseiro, nas rodas e no rack de teto. A grade frontal, a coluna B e o detalhe lateral do spoiler traseiro são em black piano. 

O estilo esportivo e escurecido também é visto no interior. A cabine conta com teto preto e linhas vermelhas nos bancos, volante, alavanca de câmbio e painéis. O acabamento, como é de se esperar de um modelo da categoria, é muito bem-feito, sem rebarbas ou peças mal encaixadas, destaque para o material macio ao toque no painel e nas portas. 

Um dos melhores, se não o melhor, espaço interno da categoria.

O principal porém do interior é o “tampão” do porta-malas, que é de lona, como de modelos mais antigos. Por não ser rígido, o material não permite levar nada em cima. Apesar do porte avantajado, comum em utilitários americanos, a área de carga tem 468 litros, longe de ser a maior da categoria, mas também não é a menor. 

Se o porta-malas não corresponde ao estilo americano, o espaço interno corrobora o porte avantajado do Equinox. Com 2.725mm, ele tem o maior entre-eixos da categoria, o que possibilita um espaço interno generoso. Levando quatro adultos com extremo conforto, até um quinto não gera muito aperto, o assoalho reto também ajuda. E ele ainda tem saída de ar, duas portas USB e uma tomada 12V para a traseira.

Peca no preço

Mesmo esportiva, faltou um teto solar na versão RS.

O grande porém do Equinox, mesmo na RS, é o preço. O americano está dentro da faixa de valores dos concorrentes importados, mas longe dos rivais nacionais, que chegam a custar até R$ 57.500 a menos (quando comparado com a opção de entrada). Em alguns casos, até a topo dos oponentes sai mais barata que a de entrada do modelo da gravata.

Ao menos, a lista de equipamentos tenta justificar o alto valor da RS. De série, ele vem com seis airbags, alertas de colisão frontal com detecção de pedestre, de movimentação traseira, de esquecimento de pessoa ou objeto no banco traseiro e de ponto cego, monitoramento de pressão dos pneus, auxiliar de permanência em faixa, farol alto adaptativo, frenagem automática de emergência e controles de tração e estabilidade.

Saída de ar, portas USB e tomada 12v para a traseira.

Ela ainda conta com faróis e luz de circulação diurna em LED, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, crepuscular e de chuva, câmera de ré, assistente de partida em rampa, piloto automático, freio de estacionamento eletrônico e retrovisor interno eletrocrômico. 

Na parte da comodidade, ela conta com ar-condicionado digital e dual zone, chave sensorial para abertura das portas e partida do motor por botão, sistema de estacionamento semiautomático, retrovisores externos aquecidos e com rebatimento elétrico, bancos dianteiros elétricos e a nova geração do MyLink com tela de oito polegadas.

A central multimídia, como sempre, um destaque da lista de equipamentos.

A central multimídia conta com projeção sem fio para Android Auto e Apple CarPlay, wi-fi nativo, Spotify, Alexa, OnStar com serviços de emergência e segurança e navegador embarcado. O SUV ainda vem com o aplicativo myChevrolet App com atualizações remotas.

Mas por este preço, ele poderia – deveria – contar também com teto solar panorâmico (presente apenas na topo de linha, a Premier), carregador sem fio para smartphones, piloto automático adaptativo, borboletas no volante e o painel de instrumentos deveria ser 100% digital.

Equilibrado

O motor 1.5 turbo gera bons 172 cavalos.

Assim como boa parte da categoria, principalmente entre os representantes importados, o Equinox utiliza um motor 1.5 turbo. A caixa de força gera bons 172 cavalos e 27,8kgfm de torque. Ela está aliada a uma transmissão automática de seis velocidades, direção elétrica, e suspensão independente nas quatro rodas. 

Dessa forma, o Equinox se comporta muito bem. As acelerações são feitas de forma dinâmica e rápida. Nenhuma manobra é feita com dificuldade. Os quase 28 quilos de torque ajudam bem nas acelerações e, principalmente, nas retomadas de velocidade. 

As trocas manuais só podem ser feitas pelo botão da alavanca do câmbio.

Ao fazer uma ultrapassagem, basta um leve toque no acelerador para o SUV disparar pelo asfalto. O ponto alto é o conforto da suspensão, ela absorve bem as imperfeições do piso, deixando o rolar do utilitário macio e confortável. 

Por ser uma versão com pegada mais esportiva, as borboletas no volante fazem falta. As trocas manuais podem ser feitas por meio de um botão na alavanca do câmbio, o que não é tão cômodo. Modos de condução também seriam bem-vindos. O consumo, pelo tamanho do utilitário, foi bem. Durante o nosso teste ele fez, em média, 8,8km/l. 

A opinião do Diário Motor

Chevrolet Equinox RS.

Na atual conjuntura do mercado de automóveis, o Equinox é um bom representante dos SUVs médios. Ele tem quase tudo que um modelo da categoria deve ter. Uma boa lista de equipamentos de segurança e comodidade, motorização turbo e espaço generoso. O problema maior são os concorrentes, principalmente os nacionais.

Ele não faz feio de forma alguma, especialmente na motorização. O 1.5 turbo anda bem e garante uma boa dirigibilidade ao SUV. O espaço interno é um dos melhores, se não o melhor, da categoria. De predicado, basicamente a ausência do ACC e do teto solar. O problema dele, realmente, são os R$ 215.790. Vale o teste com possível compra. Nota: 7,5.

Ficha Técnica

Motor: 1.5 turbo

Potência máxima: 172cv 

Torque máximo: 27,8kgfm 

Transmissão: automática de 6 velocidades

Direção: elétrica

Suspensão: independente nas quatro rodas

Freios: a disco nas quatro rodas

Porta-malas: 468 litros

Dimensões (A x L x C x EE): 1.697 x 1.843 x 4.652 x 2.725mm 

Preço: R$ 215.790

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