Pouco mais de meio milhão de brasileiros foram registrados para votar para presidente no exterior, em 171 cidades diferentes neste domingo (7), um crescimento de mais de 40% em relação a 2014, quando 354,2 mil pessoas estavam aptas a votar. Até as 13h, segundo o TSE, a votação havia terminado em 45 países.
A vontade de registrar seus votos nas eleições presidenciais levou uma grande massa de eleitores brasileiros a dobrar quarteirão próximo ao Big Ben, na fila em direção à Embaixada Brasileira, em Londres, na Inglaterra.
Com os termômetros marcando 10ºC às 7h50 da manhã, dez minutos antes da abertura dos portões, mais de 150 brasileiros já faziam fila para votar em Lisboa, capital de Portugal, onde 21.195 eleitores estão aptos a votar neste ano. Um aumento de 23% em relação ao pleito de 2014.
Eleitor de Jair Bolsonaro, o garçom Anderson Freitas, 40, vive há 17 anos em Portugal, mas esta é a primeira vez que vota no país europeu.
“Nunca senti vontade, mas nestas eleições eu percebi que eu precisava ajudar a mudar o Brasil. Não podemos deixar o PT e aquela roubalheira voltarem de jeito nenhum”, argumenta ele, que diz, mesmo assim, não ter planos de voltar ao país.
Natural de Ipatinga (MG), Narimá de Freitas acordou cedo para votar e foi a segunda da fila na capital portuguesa. “Resolvi vir logo cedo porque tenho de votar. Não viria se não fosse obrigada”, conta.
Uma opinião que contrasta com a da advogada paulistana Zilah Queiroz, 72, que tentou registrar seu voto mesmo sem estar inscrita no consulado. “Estou aqui viajando, mas vim aqui para tentar votar, acho muito importante, mesmo eu não sendo mais obrigada”, conta.
De camiseta da seleção brasileira e maquiagem verde e amarela nos olhos, ela diz que seu desejo era votar no tucano Geraldo Alckmin. “Vi o que ele [Alckmin] fez por São Paulo, os muitos cursos que promoveu. Que Deus tenha misericórdia do Brasil se o Haddad ganhar”, avalia.
O resultado dos votos destes eleitores em trânsito terá divulgação oficial somente às 19h no horário de Brasília, mas alguns resultados já estão sendo divulgados nas embaixadas.
Resultados parciais
Conforme antecipou o Diário do Poder, já foram apurados os votos dos brasileiros residentes na Indonésia e que votaram na capital, Jacarta, apontando 70% do total para Jair Bolsonaro (PSL); Ciro Gomes (PDT), foi o segundo mais votado com 13%; seguido de Fernando Haddad (PT) com 10%, e Amoêdo (Novo) com 7%. Não houve votos brancos e nulos.
Na França, onde votaram 4.677 eleitores, Ciro Gomes teve 31,1% dos votos válidos (conta que desconsidera brancos e nulos), contra 25,8% de Fernando Haddad e 25,1% de Jair Bolsonaro, respectivamente, segundo e terceiro colocados. Em quarto lugar, com 6,98%, aparece João Amoêdo, à frente de Marina Silva (Rede), com 3,9%, e Geraldo Alckmin (PSDB), 3,7%. Guilherme Boulos (Psol) foi o escolhido de 1,83% dos votantes. Os outros candidatos receberam menos de 1% dos votos válidos.
Em Genebra, deu Jair Bolsonaro com 1.576 votos, Ciro 541 e Haddad 381.
Problemas em Nova Iorque
No colégio nova-iorquino Julia Richman Education Complex, uma fila de uma hora e meia e que vira o quarteirão aguarda os eleitores brasileiros que residem em Nova York, Nova Jérsei e Filadélfia, nos Estados Unidos.A empresária Shislene Maria Freire, 51, disse ter passado esse tempo na fila. Quando descobriu sua seção e tentou votar, foi impedida, por não ter um documento brasileiro com foto, uma das exigências para quem vai votar.“Eu moro aqui há quase 21 anos, troquei meu título para cá, para ser mais fácil para mim. Preciso de um documento com foto. Onde moro? Nos Estados Unidos. Eu tenho minha identidade de Nova York”, disse. “Eles sabem que brasileiros não vão votar no PT e ficam fazendo essa palhaçada com a gente.”
“Nunca teve esse problema. Da última vez, trouxe meu passaporte. Só vim com minha carteira de motorista daqui e meu título. Está muito bagunçado”, afirmou Shislene.
Neste ano, o número de seções em Nova York diminuiu de 65 para 32 -o motivo teria sido corte de custos pelo TSE. Por isso, os eleitores que chegam precisam procurar a nova seção em que votam.
Além disso, o comparecimento está maior que em 2014, segundo fonte que não quis ser identificada e que atua na organização do processo em Nova York. Na avaliação dele, a votação está problemática.
O número de inscritos para votar é de 23.124, mas o comparecimento costuma girar em torno de 40%.