Auditoria conclui que Abin não elaborou relatórios para defesa de Flávio Bolsonaro

Diretor da Abin, o delegado federal Alexandre Ramagem avisa que vai processar jornalistas

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) divulgou nota afirmando que a agência não foi origem de relatórios para ajudar na defesa do senador Flávio Bolsonaro (Rep-RJ).

Segundo a nota, a área de segurança da Abin possui registros de todas as atividades executadas e uma auditoria nas “redes, documentos e atividades da instituição, além de bases de dados de outros órgãos às quais a Agência tem acesso, demonstrou que a ABIN não teve qualquer ligação com supostos relatórios, criados para auxiliar a defesa de Senador da República, conforme erroneamente noticiado por veículos de imprensa”.

Ainda segundo a Abin, a apuração assegura que nenhum servidor produziu, teve acesso ou sequer consultou informações relacionadas ao teor dos relatórios.

“A íntegra dos documentos, divulgadas apenas após determinação da Procuradoria-Geral da República (PGR), evidencia a total impossibilidade do conteúdo ter sido elaborado pela ABIN ou por seu Diretor-Geral”, diz o texto.

Em vídeo (abaixo), o diretor-geral da agência, Alexandre Ramagem, afirma que está em andamento um processo para responsabilização criminal e cível “dos jornalistas que mentirosamente deram origem à essa imputação desses relatórios”.

Ao informar que a auditoria teve participação de servidores de carreira da Abin, além de CGU e AGU, a nota afirma que trechos dos documentos foram “intencionalmente extirpados nas reportagens, justamente por demonstrarem sua total falta de conexão com a narrativa criada”.

Durante a sindicância, foi identificada fonte de vazamento de informações sigilosas como partes do organograma interno e até identidade de servidores “para dar aparência de veracidade às matérias e atribuir suposta responsabilidade pela elaboração dos relatórios”.

Por fim, a Abin diz crer no papel fundamental realizado pela imprensa, mas que “a criação de falsas narrativas e imputação leviana de ilícitos acarretam danos a pessoas, às instituições e à devida formação da opinião pública”.

“Em decorrência do resultado das sindicâncias, na manhã desta terça-feira – 6 de abril –, foram realizadas ações de busca e apreensão, determinadas pela Justiça, para apurar responsabilidade criminal pelo ocorrido”, diz.