Líder estranha poder da Pfizer e exorta chefe da Avisa: ‘Amirante, assuma o comando!’

Ricardo Barros critica ritmo da Anvisa e sua ação dificultando vacinas que podem salvar vidas

O deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, voltou a criticar as decisões da agência reguladora Anvisa, às vezes rápidas e frequentemente lentas, sobretudo quando diz respeito a vacinas contra covid-19 como a indiana Covaxin e a russa Sputinik V.

Ele elogia a qualificação do corpo técnico da Anvisa, mas acha que setores de sua burocracia é que dão o tom e definem a agilidade agência. “Almirante, assuma o comando da Anvisa!”, exortou Barros, dirigindo-se ao presidente da agência, almirante Antônio Barra Torres.

Barros adverte que a covid continua presente, ameaçando os brasileiros, e a Anvisa “precisa ter compromisso com o País”, em vez de criar dificuldades para vacinas utilizadas em dezenas de países, como a Covaxin e a Sputinik V.

O líder do governo destacou que o Chile já vacinou 51% da população, mas está novamente sob lockdown, numa demonstração de que é preciso vacinar mais rapidamente os brasileiros. Para ele, as dificuldades criadas pela Anvisa tornam tudo muito estranho.

Lobby da Pfizer

Ex-ministro da Saúde mais longevo da nossa história recente, Barros está intrigado com as facilidades obtidas na Anvisa por alguns laboratórios farmacêuticos, sobretudo norte-americanos. “Está ficando chato, está dando na vista”, diz ele, a força da Pfizer na Anvisa.

Ricardo Barros fez essas afirmações durante entrevista ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, na manhã deste sábado (12). Ele estranha a rapidez das decisões da Anvisa para autorizar a utilização de medicamentos e vacinas no Brasil desses laboratórios.

“Quanto mais a Pfizer bate no governo, mais o governo compra sua vacina”, observa o líder, chamando atenção para o empenho do laboratório americano de vender seus produtos. “Eles pedem autorização para vacinar crianças de 12 anos e a Anvisa concede rapidamente”.

Lobby contra cloroquina

Sobre a cloroquina, Barros disse que a polêmica decorre do desconhecimento. “Ninguém sabe nada de covid”, disse ele, referindo-se ao fato de ser uma doença surgida muito recentemente. E ele acha que há interesses obscuros por trás dos ataques à cloroquina, “que não faz mal a ninguém, só faz bem”.

Ele registrou ianclusive  rapidez estonteante da Anvisa, segundo o ex-ministro da Saúde, foi a aprovação do remédio norte-americano Redemsivir, para tratamento de covid-19 em substituição à cloroquina. “O Redemsivir custa 3 mil reais, a cloroquina custa 3 reias”.

O líder do governo observou também que enquanto a Anvisa aprovou rapidamente o Redemsivir, outro medicamento destinado ao tratamento contra covid, produzido na Rússia, continua nas gavetas da Anvisa.

Ricardo Barros foi entrevistado no Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, pelos jornalistas Agostinho Teixeira e Cláudio Humberto.