Cláudio Humberto
PODER, POLÍTICA E BASTIDORES
Com Tiago Vasconcelos e Rodrigo VilelaSenadores empregam como grandes empresas, mas banca quem paga impostos
Além da gigantesca estrutura em Brasília, com gabinetes espaçosos, apartamentos, carrões e motoristas, os senadores têm generoso orçamento para montarem escritórios em seus respectivos estados. O exército de 1.397 assessores, bancado com dinheiro do pagador de impostos e lotados nas bases eleitorais dos parlamentares, seria suficiente para que o Sebrae classificasse suas excelências como “grande empresa”, definição de estabelecimentos com mais de 100 empregados.
Reis do cabide
Randolfe Rodrigues (PT-AP) e Rogério Carvalho (PT-SE) dividem o posto de escritórios mais inchados, são 46 assessores para cada um.
Contracheque
A folha de pagamento nos escritórios dos petistas não é nada mal. Nos dois casos, há salários de assessores que passam os R$24,3 mil.
Boquinha generosa
Bom mesmo é o salário de um assessor parlamentar de Jaime Bagattoli (PL-RO). O comissionado teve salário bruto de R$29 mil em novembro.
Minimalista
Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) tem um dos escritórios mais enxutos, três funcionários. Também é o que paga pior, não chega aos R$4,8 mil.
Milei elogiado por proibir protestos obstruindo ruas
Políticos brasileiros adoraram a solução de Javier Milei da Argentina, proibindo manifestações com “piquetes”, que obstruem ruas e impedem a livre circulação de pessoas e veículos, como ocorre no Brasil também. O direito de protesto está assegurado aos argentinos, mas sem obstruir o leito das ruas, como na maioria dos países europeus. A partir de agora, o custo de cada mobilização policial, em razão do desrespeito à regra, será cobrado dos manifestantes e dos organizadores desses protestos.
Brasil de sonho
“Que cada um pague pelos prejuízos gerados”, avalia o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), “sonho com um Brasil assim também”.
O mal gera custos
É preciso responsabilizar quem toca o terror nos protestos, diz Maurício Marcon (Pode-RS): “Chegou a hora de sentir no bolso o mal que fazem.”
Cidadão protegido
“Ótima medida”, elogiou Ricardo Salles (PL-SP). “Cidadão não tem que pagar prejuízos causados por esquerdistas que protestam e depredam”.
Poder sem Pudor
Só podia dar nisso
Logo após o golpe de 1964, Darcy Ribeiro, ex-chefe da Casa Civil de João Goulart, encontrou na casa do poeta Pablo Neruda, no Chile, outros brasileiros exilados, entre os quais Fernando Henrique Cardoso, Fernando Gasparian e Celso Furtado. Darcy lembrou um momento grave, quando, durante o governo deposto, teve de assumir atribuições dos ministros da Guerra, da Casa Militar e da Marinha – respectivamente doente, viajando e demissionário. Furtado brincou, arrancando gargalhadas gerais: “Então é por isso que estamos aqui...”
Rasgando acordo
Confirmando reputação de que o PT não cumpre acordos, Rui Falcão (SP) não quer largar o osso da presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e passar a presidência a Caroline de Toni (PL-SC).
É assalto, senador
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse ter sido “vencido” na definição de R$5 bilhões para o fundo eleitoral de 2024. E chamou de “equívoco” esse assalto indecente ao pagador de impostos.
Rei da embromation
Sobre os R$16 bilhões do repaginado “orçamento secreto”, Rodrigo Pacheco também tirou o corpo fora dizendo que nada tem com isso, mas acha que as “emendas de comissão dão qualidade ao gasto público”.
Pujança do agro
Responsável por levantar “no braço” o PIB brasileiro, o agronegócio deu nova demonstração de força, bateu recorde de pessoas trabalhando no setor no terceiro trimestre de 2023, foram 28,5 milhões de trabalhadores.
Culpa sempre do outro
Danilo Forte (União-CE) reagiu ao piti de Lindbergh Farias de “golpe”, reclamando que não encontrou no orçamento previsão de reajustes para servidores. "Se não encontrou é porque o próprio governo não propôs reajuste aos servidores. Não transfira responsabilidades”, disse Forte.
Defesa cerceada
O deputado estadual Fred Rodrigues (DC), de Goiás, foi cassado pelo TSE em razão de problemas na prestação de contas. O caso que jogou no lixo votos populares acabou decidido no “plenário virtual”, bom para quem julga e péssimo para que fica impedido de fazer sustentação oral.
Mãe no meio
Chamado de “miliciano”, o delegado Eder Mauro (PL-PA) encarou o verborrágico Glauber Braga (Psol-RJ): “tu és uma barata, rapaz. O Rio de Janeiro não tem saudade da sua mãe porque ela é uma bandida”.
Fim da reeleição
Cresce o time daqueles que defendem o fim da reeleição para presidente da República. O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) vai além, “bem como para governadores e prefeitos”, defende o parlamentar.
Pensando bem...
...fica cada vez mais claro que velhinho bondoso usando vermelho, só Papai Noel.