PSB e PT já brigam pelo comando do ministério da Justiça
Desde a última semana, PT e PSB intensificaram fritura mútua para saber quem vai comandar o Ministério da Justiça. Com aventada troca do ministro Flávio Dino, cotado para vaga de Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal, os socialistas fizeram chegar ao Planalto a lorota de que não vão “aceitar” outro corte em espaços. O rebaixamento de Márcio França, enxotado de Portos e Aeroportos para criar Micro e Pequenas Empresas, ainda dói no partido. Já o PT, até faz lista de ministeriáveis.
Está por dentro
Aparece na bolsa de apostas do PT um quadro que já tem boquinha na pasta da Justiça: Wadih Damous, secretário Nacional do Consumidor.
O filho é seu
A divergência é sobre a “paternidade” de Dino. Agora, o PSB diz que a pasta é para indicação da sigla. O PT fala em “cota pessoal” de Lula.
Plantação
Por ora, ninguém leva a sério que Gleisi Hoffmann seja a substituta de Dino, como petistas plantam entre jornalistas amigos.
Quer tudo
Com inimigos até no PT, Gleisi preside o partido e deve ter chancela na disputa pelo Senado em eventual cassação de Sérgio Moro (União-PR).
Lacrações na ONU mostram Lula preso ao atraso
O presidente Lula (PT) apresentou na abertura da assembleia geral da ONU um discurso tão anacrônico quanto seu entusiasmo pela retomada da velha “guerra fria”, soterrada pelos escombros do Muro de Berlim, desta vez sob os auspícios da China. Lula parece acreditar num mundo novamente dividido entre “democracias ocidentais burguesas”, lideradas pelos Estados Unidos, e regimes autoritários populistas agrupados no Brics. É o que resta do discurso decepcionante de Lula na ONU, ontem.
Triunfo da mediocridade
O Itamaraty trocou os textos lapidados de redatores talentosos, como o embaixador Gelson Fonseca, pela colagem de lacrações lida na ONU.
Discurso anacrônico
Lula nem tentou posar de estadista. Porta-voz do atraso, reclamou do embargo a Cuba, mas não cobrou o fim da ditadura cubana.
Concessão vergonhosa
O brasileiro também fez concessões constrangedoras a ditaduras, evitando pedir a redemocratização da Nicarágua e Venezuela.
Poder sem Pudor
Improviso só por escrito
O governo Itamar Franco vivia uma crise com o Legislativo e o Judiciário, por causa do reajuste salarial com base na URV, quando o presidente decidiu que seu ministro da Justiça, Maurício Corrêa, faria um pronunciamento em rede de rádio e TV, usando um texto já finalizado. Corrêa ponderou que preferia falar de improviso. E ainda fez um gracejo: “Se eu falar alguma besteira, o senhor me demite...” Itamar liquidou o assunto: “Você eu posso demitir, mas a sua besteira seria indemissível.”
Missão: impossível
Deputados de oposição da Comissão de Fiscalização da Câmara querem convocar o ministro Fernando Haddad (Fazenda) para explicar, ou tentar justificar, o plano de Lula de gastar meio bilhão de reais em novo avião.
Em recuperação
O ex-presidente Jair Bolsonaro retornou nesta terça (19) a Brasília com alta médica parcial após cirurgias no último dia 11. Na próxima semana, ele deve passar por nova avaliação médica.
Sem olho
Decisão do STF de levar o julgamento da quebradeira de 8 de janeiro para o plenário virtual foi criticada pelo senador Hamilton Mourão (Rep-RS). Os réus têm o direito de olhar os juízes nos olhos.
Zelensky ofusca
Além da ausência de chefes de Estado e de Governo relevantes, Lula ainda tem de encarar a humilhação de mendigar pela terceira vez uma reunião com o ucraniano Volodymyr Zelensky, a maior atração na ONU.
Frase do dia
“Isso não é um reajuste, é um assalto!”
Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sobre o aumento de 44% na conta de energia
Bola fora
Lula aproveitou a ida à ONU para tentar limpar a imagem sujíssima dos últimos anos e tentar reaver o prestígio de outrora. Saiu pela culatra: não citou a Rússia e chamou a invasão de “guerra da Ucrânia”.
Conta identitária
Dos doze brasileiros na excursão à ONU, ontem, seis mulheres: cinco ministras e Janja. Para completar o time feminino, faltaram apenas três ministras de Lula. Para completar o masculino, faltaram 23.
Insuficiente
Para cientista político Sergio Andrade, o Brasil deve cumprir menos de um quarto das metas de desenvolvimento sustentáveis acordadas junto à ONU. “Temos observado uma evolução muito baixa dos indicadores”, avalia o diretor da ONG Agenda Pública.
Segundo time
O governo concedeu agrément à futura embaixadora do Egito em Brasília, Mai Taha Khalil. Não é exatamente uma celebridade: estava há anos no Cairo, após representar seu país no Chipre e em Uganda.
Pensando bem...
...contrato novo, avião novo. E não é Neymar...