Pequenas cidades não arrecadam o suficiente para bancar seus vereadores

Aspásia, Flora Rica e Sagres e uma dúzia de municípios de São Paulo, o mais rico do País, gastam toda receita para sustentar suas câmaras municipais. Só para salários de vereadores. A situação é mais cruel em quase 4 mil dos 5,5 mil municípios brasileiros, que tampouco arrecadam o suficiente, reforçando o clamor de acabar com salário de vereador (e assessores) em cidades de até 50 mil habitantes. Era assim até os anos 1970, quando o general Ernesto Geisel resolveu fazer demagogia.

Cara demagogia

Geisel estendeu salários para vereadores de pequenas cidades, onde a Arena tinha chances contra o MDB, que arrasava nas grandes cidades.

Esforço de todos

Cada cidadão paulista, incluindo crianças, tiram do bolso R$118,62 para bancar vereadores, seus assessores, suas mordomias e seus privilégios.

Projeto corajoso

Em 2011, projeto do senador Cyro Miranda (PSDB-GO) restabelecia o vereador sem remuneração em cidades de até 50 mil habitantes.

Morreu na gaveta

O senador Cyro obteve apoio de 30 colegas, mas o projeto sucumbiu ao lobby dos vereadores, cabos eleitorais de senadores e deputados.

Presidente dos Correios beneficia banca da mulher

Ao assinar o Contrato de Confissão de Dívida, o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, acabou beneficiando a banca de advogados da mulher, escritório Mollo & Silva. Com a intrigante assinatura, que sepultou o questionamento da dívida, o Mollo e Silva pode morder uma beirada da causa de mais de R$7,5 bilhões, por ter atuado na ação. Os Correios dizem que Fabiano não tem vínculo familiar com sócios do escritório e nega conflito de interesses. Fabiano é ligado ao grupo de ativistas do PT Prerrogativas e amigo do deputado Zeca Dirceu (PT-PR).

É a dona

Inscrição na Receita Federal mostra Renata Mollo dos Santos como “sócio administrador” do Mollo dos Santos Sociedade de Advogados.

Negócio familiar

Renata é casada com Fabiano, como atesta certidão em poder da coluna. Outro sócio é irmão do presidente dos Correios.

Contracheque

A canetada pode custar o 13º dos trabalhadores. Alguns temem “dever” a estatal, após a admissão da dívida que terá de ser paga.

Poder sem Pudor

A origem dos charutos

Deputado da UDN gaúcha, o general Flores da Cunha escandalizou a Câmara ao defender o presidente Getúlio Vargas da acusação do líder da sua bancada, Carlos Lacerda, de ser conivente com a corrupção. Getúlio ficou encantado e mandou uns charutos para o general, mesmo temendo sua reação. O funcionário do Catete encontrou-o numa roda de parlamentares: “⁠Trago uns charutos que o presidente mandou.” Flores da Cunha se fez de desentendido: “⁠Que presidente, meu filho?”⁠ O cuidadoso portador da encomenda disfarçou: “O presidente do Flamengo”. O general se derramou: “⁠Ah, bom. Então dê cá os charutos!”

Terra de pistolão

A avaliação interna na Secom é que Paulo Pimenta, cujo cafezinho já é servido frio, será demitido por não se articular. Faz pose de chefão, mas não manda. Os secretários da pasta são todos apadrinhados de alguém.

Regula por isso?

A internet não perdoa mesmo. Montagem que viralizou nas redes sociais mostra Lula e Janja em uma agência bancária em alusão ao famoso caso do “Tio Paulo”. A sorridente ‘Janja’ ainda solta um “assina, tio”.

Causa perdida

Tem tudo pra cair o arroxo “Malddad” no BPC defendido por Fernando Haddad (Fazenda). Políticos de centro e até da esquerda dizem que não vão comprar a briga sendo que até o PT do Lula fala que é contra.

Cofre aberto

Até sexta (13), já beirava R$1,7 bilhão a fatia de emendas parlamentares que o governo Lula desenrolou para ver se consegue votos para aprovar o pacotão fiscal do ministro Fernando Haddad (Fazenda), o Malddad.

Cancela tudo

Na tentativa de concluir o relatório do projeto dos cortes, o deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL) mandou cancelar toda a agenda do fim de semana. Diz que vai ficar em Brasília e fechar a conta.

Não passa

Relator do pacote de gastos, o deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL) avisou que o texto enviado pelo governo não vai passar como está. Chamou de ponto sensível o corte no Fundo Constitucional do DF.

Valha-nos, Deus

Corretoras de valores informam a seus clientes que o pulo na Selic, de 1 ponto percentual, não deve ser o último anunciado pelo Banco Central. A expectativa é de ao menos mais duas altas na mesma magnitude.

Recordar é viver

Os casos não são comparáveis, mas viralizou um antigo vídeo em que o porta-voz Antonio Britto “tranquilizava” o País sobre o paciente Tancredo Neves, usando palavras semelhantes sobre o estado de saúde de Lula.

Pensando bem…

…ainda cabem surpresas em 2024.