Operação da PF é só primeiro ato para prender Bolsonaro

As acusações contra Bolsonaro et caterva são tão graves que, julgados pelo acusador e vítima Alexandre de Moraes e demais ministros do Supremo Tribunal Federal, quase todos com sangue nos olhos, nada os livrará de uma longa condenação à prisão. A operação policial deflagrada ontem é só o primeiro passo no roteiro de final previsto: a prisão de Jair Bolsonaro. A preocupação nos setores mais responsáveis de Congresso e da Justiça é se esse desfecho terá a capacidade de incendiar o País.

Nada como o voto

São graves os indícios de que Bolsonaro e entorno cogitaram “golpe”. Logo ele, que conhece o “caminho das pedras” para o poder: o voto.

Culpa definida

Longe da corrupção que levou Lula à cadeia, Bolsonaro não escapará da prisão. No Brasil de hoje, “golpe” é a única acusação imperdoável.

Bola de cristal

Janja e outros petistas afirmaram com convicção em várias ocasiões que Bolsonaro seria preso. Devem ter bola de cristal poderosa.

No mínimo isso

“Quem é vítima não tem condição nem equilíbrio de julgar ou conduzir o inquérito de investigação”, lembrou o senador Rogério Marinho (PL-RN).

Mourão critica operação contra ‘homens de honra’

Coube no primeiro momento ao senador Hamilton Mourão (Rep-RS) durante a manhã, quando os mandados judiciais ainda eram cumpridos, fazer um discurso vigoroso para criticar a operação da PF e defender alvos que definiu como “homens de honra” das Forças Armadas, inclusive da ativa. Ele chegou a dizer que nem mesmo o tirano Adolf Hitler ousou tanto ao perseguir militares durante sua ascensão ao poder na Alemanha, e acusou o STF de “arbítrios” e de “devassa persecutória”.

Escanteado

Até por disciplina militar, Mourão nunca reclamou de ter sido alijado do poder, já no primeiro ano do governo, por divergir de filhos de Bolsonaro.

Reação militar

Mourão exortou os chefes militares a reagirem ao autoritarismo vigente no STF e também criticou as investidas para destruir a oposição.

China logo ali

“Não vivemos na União Soviética ou na China Comunista”, advertiu Mourão, “mas estamos caminhando para isso”.

Poder sem Pudor

Termômetro de futuro

A pedido do pai, José do Rêgo Maciel, o jovem advogado Marco Maciel ganhou em 1966 um cargo de assessor do governador de Pernambuco Paulo Guerra. Certa vez, Chico Heráclito, folclórico chefe político de Limoeiro, ao chegar no palácio para um encontro com Guerra, encontrou a figura magra e comprida de Marco Maciel vestindo um terno branco e gravata vermelha. O “coronel” foi logo perguntando ao governador: “O que esse termômetro, filho do Zé do Rêgo, está fazendo aqui?”

Poder mudou de mãos

Quem conhece a alma de Lula garante: ele não se incomoda com operações da PF, principalmente quando o alvo é Bolsonaro, mas sim por constatar diariamente que já não é a pessoa mais poderosa do País.

Codinome ‘Professora’

Consta no documento do STF sobre a operação de ontem o “codinome” usado por dois assessores de Bolsonaro para o ministro Alexandre de Moraes: “Professora”. Ele estaria sendo monitorado pela dupla.

Chegada solitária

A ausência de populares (e até de políticos) para receber o presidente Lula na chegada a Belo Horizonte, nesta quinta (8), não foi percebida nas manchetes. Estavam em êxtase com as operações da PF.

Pernas curtíssimas

Lula cultiva a mentira de que não teve direito a “presunção de inocência”. Ele teve o mais amplo direito de defesa e foi condenado por corrupção em três tribunais diferentes, que se basearam na abundância de provas.

Brasília primeiro

A vacinação contra a dengue começa nesta sexta-feira (9) no Distrito Federal. Os imunizantes serão distribuídos em 37 postos de saúde, que atuarão sem a necessidade de agendamento.

Legado de Mesquita

Amigos e admiradores do jornalista Fernando Cesar Mesquita estão na bronca com Armando Rollemberg, servidor do Senado, que, em evento sobre 8 de janeiro, disse ter instalado a TV Senado etc. Mas foi Fernando César quem criou e implantou todo o sistema de comunicação da Casa.

Oposição sufocada

Para o senador Carlos Potinho (PL-RJ), a pretensão do governo Lula é sepultar a oposição. “Querem tirar o PL das eleições e sufocar todos que sejam contrários ao regime estabelecido no País”, acusou.

Vacinas, de novo

O ministro Cristiano Zanin extinguiu em agosto ações de partidos de esquerda contra Bolsonaro por “omissão” na questão das vacinas contra Covid. Mas isso foi ressuscitado nas alegações da operação de ontem.

Pensando bem...

...a essa altura, a esperança de Bolsonaro fica para os embargos de declaração.