Cláudio Humberto
PODER, POLÍTICA E BASTIDORES
Com Tiago Vasconcelos e Rodrigo VilelaNúmeros estranhos da Quaest não têm explicação
Coisas estranhas têm acontecido às pesquisas Genial Quaest, e a mais impressionante foi exposta no levantamento divulgado quarta-feira (17) apontando queda Jair Bolsonaro (PL) em todo o País, à exceção intrigante da região Sul, onde o candidato à reeleição teria crescido nada menos de 14 pontos em relação a pesquisa do mesmo instituto divulgada 15 dias antes. Nenhum fato relevante ocorreu nesse período que possa explicar o salto de Bolsonaro de 32% para 46%.
Dois mais dois
A Quaest divulgada na quarta-feira mostra Bolsonaro com 46% e Lula 34%, no Sul. Na anterior, eram 32% a 41% conferidos ao petista.
Foi o estagiário?
Lula teve queda de 7%, de 41% para 34%. Somando as diferenças, a variação foi de 21%, mais de dez vezes a margem de erro em 15 dias.
Rearrumação
A avaliação do governo no Sul também teve variação atípica. A positiva disparou de 29% para 38% e a negativa desabou de 42% para 34%.
Nada a declarar
As distorções têm sido vistas com desconfiança nos meios políticos, mas, questionado, o instituto novato em pesquisas não as explicou.
Privatização cessa mando político em aeroportos
A privatização de Congonhas, recordista em movimento, e dos demais aeroportos estatais encerra o longo e tenebroso domínio partidário nas operações aeroportuárias, que geraram muitos escândalos de corrupção e garantiram fortuna de políticos inescrupulosos. A Infraero se esvazia, a ponto de ser extinta sem deixar saudades, e com a empresa, vai para o saco seu histórico de escândalos e ineficiência.
Quatro vezes mais
O governo ainda faturou, somente no leilão principal, ontem, mais de R$2,5 bilhões, cerca de 230% a mais do que estimava.
Ativo da safadeza
A indicação política do presidente e diretores da Infraero sempre foi um ativo usado por governos, sobretudo petistas, enrolados em denúncias.
Já vai tarde
O comando político das operações aeroportuárias sempre conspirou também contra a eficiência da Infraero, agora em vias de extinção.
Poder sem Pudor
Me engana que eu gosto
Ao assumir o governo de Minas Gerais, Francelino Pereira compôs o secretariado com representantes de todas as regiões do Estado. Mas esqueceu do Vale do Jequitinhonha, região que garantia seus sucessivos mandatos de deputado federal. Ao receber uma comissão de políticos queixosos, ele usou sua melhor versão cara de pau: “Ora, vocês não têm um secretário no meu governo, mas são os únicos que têm o governador como representante da região!”
Patriotismo ‘babaca’
Além de criticar a Lei da Ficha Limpa, o ex-presidente Lula atacou nesta quinta-feira (18) a “babaquice sem precedentes” da exibição, por tantos brasileiros, das cores verde e amarela.
Ops, tem lá também
Chega a ser engraçado observar analistas de economia, após fazerem parecer que a inflação era invenção brasileira, agora serem obrigados a citar os quase 10% nos EUA, 10,8% no Reino Unido ou 9% na Europa.
Faz sentido
O apoio de Deltan Dallagnol (Podemos) ao correligionário Álvaro Dias, no Paraná, foi tratado com surpresa nas manchetes, que também esqueceram que procuradores e juízes têm carreiras bem distintas.
Campanha nas vias
Segundo o ex-ministro Tarcísio Freitas, a motociata com o presidente Jair Bolsonaro em São José dos Campos (SP) atraiu mais de 7km de motocicletas nas vias do estado onde concorre ao governo.
Um centrista
O bilionário Elon Musk continua sua luta contra lacradores das redes, desde que criticou a esquerda. Ironizando, ele disse apoiar “a metade à direita dos Democratas e a metade à esquerda dos Republicanos”.
Noutra direção
Ao comentar o início da campanha “mais emblemática” da História do Brasil, o senador Eduardo Girão (CE) disse que respeita a opção do Podemos de apoiar Simone Tebet. “Seguirei por outro caminho”, disse.
Choque de realidade
Líder do PSDB na Câmara por três vezes e parceiro de Alckmin na luta contra o PT durante décadas, Carlos Sampaio (SP) disse que ver a foto de Alckmin com pedido de voto em Lula “é uma grande decepção”.
Mercado aquecido
A recuperação econômica fez disparar a venda de imóveis residenciais no Brasil, em média, 26,6% de janeiro a maio. Dados da Abrainc, a associação do setor, o segmento de médio e alto padrão subiu 145,3%.
Pensando bem...
...só havia um tapete para ser puxado na cerimônia no TSE.