Cláudio Humberto
PODER, POLÍTICA E BASTIDORES
Com Tiago Vasconcelos e Rodrigo VilelaMontadoras usaram lobby de ex-senadores na reforma tributária
Vários senadores admitiram terem ficado constrangido com o assédio ou abordagem de ex-colegas parlamentares no lobby para favorecer segmentos da economia, na votação da proposta de Reforma Tributária. Esse lobby resultou na obtenção de vantagens tributárias para duas montadoras. Uma delas foi a Fiat, que, instalada em Goiana (PE), contou com a ‘marcação sob pressão’ de senadores do Estado e ex-políticos como o ex-senador e ex-ministro Fernando Bezerra (MDB).
Bolsa Fiat
Sem mandato, Bezerra e Cássio Cunha Lima emplacaram alíquota menor para veículos de combustão interna. É a chamada “Bolsa Fiat”.
Emenda com CEP
O lobby nordestino beneficiou a BYD, que ocupará a antiga fábrica da Ford na Bahia, e Stellantis, resultado da fusão Fiat/Jeep/Peugeot etc.
Mourão atento
A vantagem para a montadores foi revelada por Hamilton Mourão (Rep-RS), que viu derrotada sua emenda que impediria a armação.
Eles não respondem
Fernando Bezerra não respondeu às tentativas de contato, mas Alexandre Baldy confirmou haver atuado “para incentivar a vinda da maior indústria mundial de carros elétricos para o Brasil”, referindo-se à chinesa BYD.
Milei quer distância de Lula, caso vença na Argentina
As alegadas interferências de Lula (PT) nas eleições da Argentina têm provocado reações indignadas do favorito a presidente Javier Milei, do Partido Libertário, e faz prever relações estremecidas com o Brasil, em caso de vitória. Milei não mede palavras chamando Lula de corrupto. Em plena campanha , o petista mandou montanhas de dinheiro para o governo do amigo Alberto Fernandez, cujo candidato, Sérgio Massa, comanda o Ministério da Fazenda que arruinou a economia do país.
Repulsa
Milei definiu com “miséria, corrupção, inflação, fome e pobreza em uma foto” para mostrar Lula, Cristina Kirchner e Sérgio Massa.
Concorrência
O argentino vai competir com o Brasil: “vão ter que servir seus vizinhos com produtos de melhor qualidade e melhor preço, ou irão à falência”.
Financiamento explícito
Dias antes, Milei também criticou a interferência de Lula nas eleições argentinas, cujo governo veio ao Brasil pedir (e ganhar) dinheiro.
Poder sem Pudor
Ooops, errei
Em junho de 1991, o deputado tucano José Serra, sempe desligado, visitava Washington e foi almoçar na casa do embaixador Marcílio Marques Moreira. Desceu do táxi, bateu à porta e entrou. A empregada, cucaracha, avisou que o embaixador ainda não havia chegado. À vontade, Serra disparou telefonemas por conta da embaixada e, após folhear livros e mexer em papéis, descobriu meia hora depois que entrara na casa vizinha, a do embaixador da Bolívia.
Ritmo legislativo
A expectativa de lulistas na Câmara é que a reforma tributária seja analisada a jato pelos deputados federais. Mas o primeiro passo ainda é a comissão especial que vai analisar a proposta.
Prazo é curto
O Congresso Nacional tem apenas cinco semanas para analisar e eventualmente promulgar a reforma tributária do governo Lula (PT), após esta semana de feriado da Proclamação da República.
Confisco
Hamilton Mourão (Rep-RS) criticou a proposta de reforma tributária, que classificou de confisco. “Uma falha que eleva a carga tributária e que usurpa o poder dos entes federados”, avalia o senador.
Carabina
Daniela Reinehr (PL-SC) acionou Flávio Dino (Justiça) para saber se Lula tem arma de fogo. No requerimento, a deputada ainda questiona se eventual armamento está registrado no Sistema Nacional de Armas.
Reta final
A Câmara Legislativa do DF marcou para o próximo dia 16 a última oitiva da CPI do 8 de Janeiro. Será do cel. Reginaldo Leitão (PMDF). O relatório final da CPI também deve ficar pronto neste mês.
De ponta a ponta
A briga local pelo PDT do Ceará envolve a disputa pela prefeitura de Fortaleza e na Assembléia, cujo presidente anuncia há meses que está abandonando o partido de Cid e Ciro Gomes, que brigam pelo partido.
Fortuna ordinária
Os R$86 mil que o PT torrou com o aluguel da mansão de Lula em São Paulo foram contabilizados pelo partido na Justiça Eleitoral como “despesas gerais ordinárias”.
Sobrenome
Presidente da CPI que investiga a atuação de ONGs na Amazônia, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) classificou o Instituto Socioambiental (ISA) como a “ONG mais denunciada na CPI”.
Pensando bem...
...o fundão eleitoral de R$5 bilhões não teve problema para ser aprovado na Praça dos Três Poderes.