Lula ignora Estados governados pela oposição há 18 meses

A agenda oficial do presidente Lula revela que a conversa de “pacificação do país” fica apenas no discurso. Desde que tomou posse, Lula nunca pisou em cinco estados brasileiros em compromissos oficiais, todos liderados por governadores de oposição: Acre (Gladson Camil, do PP), Goiás (Ronaldo Caiado, União), Rondônia (Marcos Rocha, União), Santa Catarina (Jorginho Mello, PL) e Tocantins (Wanderlei Barbosa, Rep).

Um ano depois

Minas Gerais do governador oposicionista Romeu Zema (Novo), também foi deixada de lado por Lula em 2023. Só pisou lá em fevereiro passado.

A lista é longa

Em 2024, Lula também não pisou no Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Roraima e Sergipe.

O motivo

O destino nacional mais visitado por Lula é São Paulo, Estado e Capital, onde Lula tenta emplacar candidatura de extrema-esquerda à prefeitura.

Aliado escanteado

Alagoas, governado por um aliado de Lula, Paulo Dantas (MDB), só foi ver o petista este ano, em maio, em comício fora de época no interior.

Traição do PP mina candidatura em Pernambuco

O PSD pernambucano, aliado de primeira de Raquel Lyra (PSDB) e presidido pelo ministro André de Paula (Pesca), é peça-chave na confusão que Eduardo da Fonte, presidente do PP-PE, armou para que a governadora apoie Clarissa Tércio (PP) na tentativa de se eleger prefeita de Jaboatão dos Guararapes, segundo maior município pernambucano. O PP quer apoio de Raquel para apoiar Daniel Coelho (PSD) no Recife, ou ameaça lançar a neo-deputada federal Michelle Collins para o pleito.

Pedra no sapato

Em Jaboatão, o prefeito Mano Medeiros (PL), colado em Raquel, tem apoio do PSD, que não dá brecha para o PP por lá ou em Recife.

Brocha na mão

De Paula não quer ver Da Fonte nem pintado de ouro. Não esquece eleição passada com combinado não cumprido de apoiar Marília Arraes.

Golpe

De Paula largou o PSB e apoiou Marília em 2022, o que custou os cargos ocupados pelo PSD no estado, herdados por Dudu da Fonte.

Poder sem Pudor

Tancredo e a pneumonia

A Câmara discutia em 1974 a cassação do deputado Francisco Pinto (MDB-BA), por suas críticas ao ditador Augusto Pinochet. Ernesto Geisel mandou o caso ao Supremo Tribunal Federal, que condenou Chico Pinto e a mesa da Câmara o cassou, num episódio vergonhoso. Tancredo Neves ouviu um deputado da Arena argumentar que não foi o AI-5, mas o STF que o cassou. Tancredo contou numa história ocorrida em sua São João Del Rey: “Morreu o vizinho de um compadre meu. Um homem bom, trabalhador, honrado. Morreu de pneumonia, coitado. De madrugada, um parente dele chegou de viagem e perguntou à viúva: ‘Ele morreu de pneumonia simples ou dupla, Mariazinha?’ Ela respondeu chorando: ‘Simples’. Ele: ‘Ah! Ainda bem!’”.

Brasília disparou

Sob gestão do governador Ibaneis Rocha (MDB), Brasília alavancou 65 posições e está em 4º lugar no ranking de cidades mais empreendedoras do País. Os números são do Índice de Cidades Empreendedoras (ICE).

Pressão é grande

Deputados relatam pressão do presidente da Câmara, Arthur Lira, para aprovar os detalhes da reforma tributária. “Até para marcar sessão solene você precisa dizer que é a favor”, ironizou um parlamentar.

No vermelho

O número de famílias endividadas subiu em junho e alcançou 47,6%, registra a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Cartão de crédito é o vilão, 86,4% do total dos débitos.

Terceirizando culpa

Viralizou vídeo de Alexandre Schwartsman, ex-diretor do BC no primeiro governo do PT, criticando Lula por atacar Roberto Campos Neto para não assumir responsabilidades, provocando altas do dólar e desarrumando a economia: “O cara, aos 80 anos, não assumiu a culpa uma vez na vida”.

Retrocesso ao velho

Para o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, a briga de Lula com o atual titular do cargo, Roberto Campos Neto, mostra “retrocesso” e classificou as ideias do governo como “velhas”.

Troca à vista

O deputado José Nelto (GO) está de malas prontas para deixar o PP. O parlamentar deve se filiar ao União Brasil, partido do governador Ronaldo Caiado, que é pré-candidato a presidente em 2026.

Falta firmeza

“Falta posição firme do Congresso. À medida que ele não responde, eles [STF] vão avançando. Não dá para admitir ministro com uma canetada, por exemplo, cassar um governador”, diz o senador Izalci Lucas (PL-DF).

‘SUS da segurança’

O deputado delegado Palumbo (MDB-SP) diz que a PEC da Segurança, anunciada pelo Ministério da Justiça significa ‘o SUS da segurança’. “Querem o monopólio da segurança para decidir o que irão investigar”.

Pensando bem...

...o mercado considera Lula, calado, um poeta.