Lobby dos bancos espanta pela ousadia, na produção de ‘jabutis’

O lobby de entidades ligadas a bancos nunca esteve tão escrachado em Brasília, abismando pela falta de limites. Aproveita-se de brechas para emplacar mais privilégios para o setor. Na semana em que pressionou senadores para privatizar a execução de dívidas dos clientes, os lobistas também penduraram um “jabuti” no projeto de debêntures de empresas de infraestrutura, para atrair investimentos essenciais. O lobby conseguiu reduzir os impostos para bancos que investem no setor.

Horror a impostos

Os lobistas incluíram no texto a redução de 25% para 15% da tributação sobre investimentos em debêntures incentivadas.

Meteram a mão

O elogiado projeto do deputado João Maia (PL-RN) pretendia modernizar as leis de parcerias público-privadas, até que os bancos meteram a mão.

Mesma estratégia

O projeto da Lei das Garantias passou na Câmara como “avanço”. No Senado, os bancos o desvirtuaram para se aproveitar da situação.

Escrúpulos escassos

Para privatizar execuções de dívidas, o lobby dos bancos mandou às favas os escrúpulos para se associar a outro lobby pior, dos cartórios.

Ministro propõe criminalizar celular como ‘arma’

Projeto que tramita na Câmara prevê a criminalização do uso de uma das poucas “armas” que restam ao cidadão para fazer valer os seus direitos no serviço público, quando são vítimas de mau atendimento ou de negligência: a câmera de foto e vídeo do celular. O projeto é de autoria de um petista que atualmente exerce o cargo de ministro das Relações Institucionais: Alexandre Padilha. Ele era deputado federal pelo PT-SP quando apresentou seu próprio projeto de censura, em junho de 2020.

Como em ditaduras

A pessoa desrespeitada terá de pedir autorização a quem o desrespeitou para fazer foto ou vídeo. Ou cometerá “crime” de documentar a desfeita.

Precedente perigoso

O foco de Padilha são estabelecimentos de saúde, mas, se emplacar, a censura pode ser ampliada a delegacias ou quaisquer outras repartições.

Imprensa impedida

Em seu projeto, Padilha não abre exceção nem mesmo para a imprensa na cobertura de fatos e denúncias: fotos e imagens só “autorizadas”.

Poder sem Pudor

Água enferruja

Ao contrário de Lula (PT), que chegou a ordenar a expulsão do correspondente do New York Times, Larry Rotter, em razão de reportagem sobre seus hábitos, o presidente Jânio Quadros nunca xingou jornalistas que falavam do seu pendor pelo copo, até porque não o escondia. Certa vez, em campanha para prefeito de São Paulo, aceitou convite de uma eleitora para almoçar. Com a carne assada no ponto, a anfitriã perguntou, gentil: “O senhor toma um copo d’água?” Jânio respondeu, com seu jeito característico: “Água, minha senhôra, é para radiador de automóvel!”

Efeito positivo

Nada como uma CPI que funcione. A CPI do MST já rende bons frutos. Seu presidente, deputado Tenente-Coronel Zucco (Rep-RS), revela feedback recebido do agronegócio: “terminaram as invasões”.

Cachimbo da paz

A turma do deixa-disso do PL tenta um jantar, no bilateral, do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Acompanhantes e celulares ficariam na antessala. Eles já admitem que seriam os mais prejudicados com o esfriamento da relação.

Seremos dizimados

O ex-secretário da Receita Federal Marcos Cintra fez avaliação nada otimista sobre a reforma tributária aprovada a toque de caixa na Câmara dos Deputados na última semana: “a classe média será dizimada”.

DF em alerta

O presidente da Câmara, Arthur Lira, não deu qualquer sinal de que o Fundo Constitucional do DF será mantido fora da regra fiscal. O texto deve ser apreciado só em agosto, após o recesso dos parlamentares.

Sonho no PSB

Não deve prosperar, mas circula no PSB a ideia de que, em eventual decisão de Lula de não concorrer à reeleição, o partido lance o vice-presidente Geraldo Alckmin na disputa.

Porto vai afundar de novo?

Jair Bolsonaro mostrou a evolução do Porto de Santos, cuja privatização está sendo melada pelo ministro Márcio França (Portos e Aeroportos) por razões ideológicas: saiu do prejuízo de R$468,72 milhões, em 2018, para lucro superior a meio bilhão de reais, exatos R$547 milhões, em 2022.

Aécio se assanha

A empreitada de Aécio Neves (PSDB), que tenta viabilizar uma disputa majoritária em 2026, conta com apoio de cardeais tucanos como o ex-senador Aloysio Nunes. Tucanos como João Dória não querem papo.

Nosso bolso

Indicador da Associação Comercial de São Paulo, o impostômetro bateu os R$176,812 bilhões em impostos pagos pelos brasileiros só em maio. É o maior valor já tomado do pagador de impostos para o mês.

Pensando bem...

...a repaginada milionária de Janja no Alvorada já indicava que as reformas do governo Lula sairiam bem caras.