Cláudio Humberto
PODER, POLÍTICA E BASTIDORES
Com Tiago Vasconcelos e Rodrigo VilelaHang: ‘Se Bolsonaro vencerá, golpe para quê?’
O empresário Luciano Hang reafirmou na noite desta terça (23) sua certeza de que Jair Bolsonaro (PL) “vencerá no primeiro turno” e por isso considera absurda a acusação que o tornou alvo de operação ordenada por Alexandre de Moraes, com base em nota de um site. Hang alega que, certo da vitória de Bolsonaro, “então, golpe para quê?” Ele comparou o grupo no Whatsapp a uma “conversa de botequim”, onde alguns se sentem à vontade para falar o que vem à cabeça.
Atentado à liberdade
A operação do xerife Moraes foi criticada por Marco Aurélio, ministro aposentado, que a considerou um atentado à liberdade de expressão.
Querem pegar?
Por isso Luciano Hang perguntou durante entrevista à TV Jovem Pan. “Será que querem me calar, querem pegar o Véio da Havan?”
Querem pegar, sim
Em seu caso, houve a recomendação de vasculhar seus endereços residencial e comercial e até mesmo sua “casa de veraneio”.
Cerco total
Em suas mensagens, Hang não se refere a golpe e sim a petistas “vagabundos”. Mas havia ordens específicas contra ele.
Vantagem de Bolsonaro em SP cresce desde maio
Levantamento do instituto Paraná Pesquisas divulgado nesta terça-feira (23) aponta que Jair Bolsonaro (PT) lidera as intenções de voto para presidente, em São Paulo, com 40,3% contra 35,5% do candidato petista Lula. A diferença (4,8 pontos) entre os dois candidatos no maior colégio eleitoral do País é a maior desde maio, quando Bolsonaro tinha 35,8%, e supera a margem de erro de 2,3 pontos do levantamento.
Limitado
Enquanto o ex-presidente Lula bateu no teto e se encontra preso na margem de erro, a disparada de Bolsonaro assusta a campanha do PT.
Até tu?
Ciro ganhou 2,2% desde maio, subindo de 5,4% para 7,6%, e ganhou mais terreno que Lula, que cresceu só 0,6% para os atuais 35,5%.
Dados
O Paraná Pesquisas ouviu – pessoalmente – 1.880 eleitores entre 18 e 22 de agosto, em 78 municípios paulistas. Registro nº BR-03203/22.
Poder sem Pudor
A fragilidade do poder
O país estava confuso, com as notícias desencontradas sobre o golpe militar, naquele 31 de março de 1964. Havia rumores sobre a fuga do presidente João Goulart para o Uruguai. No Palácio do Planalto, reinava o caos. Toca o telefone e o jornalista Otacílio Lopes atende. “O presidente João Goulart está?” O jornalista respondeu: “Ele não trabalha mais aqui.” Assistindo à cena, o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzili, finalmente se deu conta que era ele o presidente da República.
Invasão de privacidade
O cientista político Fernando Shuller ficou impressionado com a investida de Alexandre de Moraes contra empresários, destacando a “invasão do espaço privado” de uma conversa entre cidadãos.
Direitos no lixo
Além de considerar a ação contra empresários um atentado à liberdade de expressão, o ministro Marco Aurélio ainda apontou o fato de que eles não têm foto privilegiado e não podem ser processados no STF.
Tchau com precisão
Há apenas seis anos, o então presidente Michel Temer previa 61 votos contrários à petista Dilma na última etapa do impeachment, no Senado, dali a alguns dias. O impeachment acabou aprovado por 61 a 20.
Povo longe de casa
Em outra ação para reduzir a festa do bicentenário da independência, a Câmara decidiu proibir visitas à Casa do Povo durante toda a semana de 2 a 9 de setembro alegando “razões de segurança”.
Novo normal
A Rússia invadiu a Ucrânia e por algum tempo pessoas se indignaram em maior profusão nas redes sociais, mas, hoje, seis meses depois, o “ciclo” da notícia parece ter se encerrado e as mortes “normalizadas”.
Economia interligada
A queda pela 8ª semana seguida da previsão de inflação coincide com o corte do ICMS dos combustíveis. Para o senador Carlos Portinho, o dinheiro será gasto em outros itens e não terá queda de arrecadação.
Qual foi pior?
No Datafolha de 22 de agosto de 2018 (registro BR 04023/18), que até previu vitória do então presidiário petista Lula com 39% no 1º turno, cravou 8% para Marina Silva (Rede). Ela acabou com 1% dos votos.
Tem muito
Até ontem (23), a Justiça Eleitoral já registrava 28.707 candidaturas para a disputa de 2022, mas apenas 1.748 já foram aprovadas. Outras 26.725 aguardam julgamento e 234 já foram consideradas inaptas.
Pensando bem...
...nos últimos anos, nem batidas da PF na casa de empresários têm a ver com corrupção e roubo de dinheiro público.