Governo quer veto mantido antes de soltar emendas

Véspera da prometida análise dos vetos de Lula, governo e Congresso ainda batiam a cabeça nesta quarta (13) sobre a análise do Veto 38, que trata da desoneração da folha de pagamentos. A desconfiança tomou conta dos parlamentares após a descoberta de que o ministro Fernando Haddad (Fazenda) já tinha uma alternativa à desoneração desde a semana passada, mas não incluiu o Congresso no debate. Com medo de calote, as excelências cobram o fim do contingenciamento das emendas.

Foco da resistência

O núcleo duro da resistência está na Frente Parlamentar do Empreendedorismo, com mais de 250 deputados e senadores.

Fiado só amanhã

O Planalto pressiona para que o Congresso mantenha o veto, mesmo sem ver a alternativa, para só então liberar emendas parlamentares.

Pedra cantada

Já na terça (12), o senador Efrain Filho (União-PB) avisava que não seria surpresa o governo não apresentar alternativa, que não veio.

Insatisfação geral

O veto é rejeitado até no PT, que deu 54 votos na Câmara pela manutenção da desoneração. A Casa aprovou a proposta com 430 votos.

‘Sabatina dupla’ faz o Senado só ‘cumprir tabela’

A decisão do senador Davi Alcolumbre (União-AP) de promover “sabatina dupla” para os indicados de Lula ao Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, e à Procuradoria-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, escancarou a falta de utilidade na avaliação de candidatos por senadores na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que ele preside. Com o resultado já cantado para o governo, o principal objetivo da tropa lulista foi ganhar tempo. Por consequência, o objetivo da oposição...

Ao que importa

Quem desistisse do tempo de fala, teria discurso garantido no Plenário, avisava cedo o líder do governo do Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

Sabatina rebaixada

Nunca aconteceu a mistura de sabatinas, que devem servir, diz a lei, para avaliar a competência, currículo, publicações etc. do candidato.

Interpretação criativa

O presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União-AP), diz que o regimento do Senado “não expressa a necessidade de individualizar sabatinas”.

Poder sem Pudor

O gato é bravo...

Três dias após renúncia de Jânio Quadros (28 de agosto de 1961), o deputado udenista Adauto Lúcio Cardoso subiu à tribuna para atacar os ministros militares que se opunham à posse do vice João Goulart, que visitava a China. Adauto, adversário de Jango, propôs enquadrar os militares na Lei de Segurança Nacional e por crime de responsabilidade. Seu colega Aliomar Baleeiro (UDN) pediu um aparte para concordar com ele “em gênero, número e grau”, mas fez uma pergunta incômoda: “Quem é que vai colocar guizo no gato? Eu é que não vou...”

Cadeira vitalícia

Janaína Paschoal classifica como inadmissível a sabatina conjunta de Paulo Gonet e Flávio Dino. A jurista lembra que o cargo de PGR é importante, mas tem prazo de validade. Já a cadeira no STF é vitalícia.

Foi isso, então

Numerólogos petistas da internet lembraram, nesta quarta-feira (13): “Dino é o 13º senador a virar ministro (do STF). Foi indicado pelo Lula, eleito com número 13. A sabatina realizada no dia 13. Não tem erro”.

Cordeiros

Desconfiado da bondosa áurea de indicados ao STF em sabatinas, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) sugeriu que, a cada 5 anos, a CCJ chame os ministros para que prestem contas do que fazem na Corte.

Direto para o arquivo

Não deu em nada representação do PT contra o deputado federal André Fernandes (PL-CE) por supostas falas discriminatórias na votação da reforma tributária. O Conselho de Ética arquivou por unanimidade.

Hacker de Araraquara

Chamou atenção de Rosângela Moro (União-PR) tratamento dispensado ao hacker, alvo da PF, que invadiu redes sociais de Janja, “há algum tempo, hacker foi tratado como celebridade”, lembrou a deputada.

Porão no poço

Nikolas Ferreira (PL-MG) não perdoou nova denúncia de esquema de André Janones (Avante-MG), já enrolado em investigações sobre rachadinha, “no fundo do poço tinha um porão”, alfinetou o deputado.

Flávio no STF

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) diz que foi convidado pelo pai para assumir uma cadeira no STF, mas rejeitou a indicação. “O que eu sou é político”, diz ter respondido ao sugerir indicação de André Mendonça.

Fã ou hater?

Gerou risadas a “defesa” que o relator Weverton Rocha (PDT-MA) fez de Flávio Dino, indicado ao STF. “Podem não gostar pela condição física, mas intelectual, jamais”, tentou advogar o senador.

Pergunta na Praça

Entrar para o STF é deixar a política?