Cláudio Humberto
Coluna CH / 12 de abril

EUA podem punir Petrobras por confiscar dividendos

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Mercado reagiu de forma negativa à demissão de Jean Paul Prates. (Foto: André Motta de Souza/Agência Petrobras).

A “sugestão” do conselho de administração para a diretoria petista da Petrobras confiscar ou “reter” quase 50 centavos por ação de dividendos a serem pagos aos acionistas pode render nova ação judicial nos Estados Unidos. A Petrobras já teve que pagar US$900 milhões (R$4,5 bilhões) para encerrar processo em razão dos prejuízos aos investidores na Bolsa de Nova York, causados pela corrupção revelada pela Lava Jato. Agora, a “retenção” deve gerar novos processos judiciais.

Buraco mais embaixo

Com ações na Bolsa de Nova York, a Petrobras está sujeita à legislação norte-americana. Foi o que determinou a primeira indenização bilionária.

Lucro roubado

A Petrobras anunciou que irá pagar gordos dividendos de R$35,8 bilhões e cada ação corresponderá a R$2,74, em duas parcelas de R$1,34.

R$7 bi no saco

O confisco da Petrobras sobre o dividendo dos acionistas representa cerca de 20% do valor calculado: a tunga será de mais de R$7 bilhões.

Motivo importa

Segundo a estatal, o confisco dos valores servia a uma certa “reserva”, mas representa intervenção política nas diretrizes da companhia.

Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil).

Padilha quer intermediar trégua entre Lira e Pacheco

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, apresenta-se agora como “mediador” designado pelo petista Lula da disputa entre os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, para definir o funcionamento das comissões mistas que examinarão medidas provisórias. Enciumado com protagonismo de Lira, Pacheco quer definir a solução, mas nada anda sem a concordância de Lira. O problema é que o “mediador” tem lado: ele e Pacheco são parceiros nessa jogada.

Líder não liderou

Espécie de emissário do Planalto, o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), falhou na missão de pacificar a disputa no Congresso.

Desconfianças

Assim como os deputados não confiam em Padilha, os senadores não deram a menor confiança a Guimarães, que acabou dispensado.

MPs correm risco

Lula captou que, sem acordo, duas promessas podem morrer: o reajuste do salário-mínimo e a isenção do imposto de renda para dois salários.

Poder sem Pudor

Enxerimento

Certa vez, em solenidade da Frente em Defesa dos Direitos da Criança, o deputado Severino Cavalcanti não resistiu aos encantos da senadora tucana Lúcia Vânia (GO): “Minha doce senadora, que bom que a senhora está aqui. Eu só tenho que me cuidar, porque da última vez que eu fui numa reunião em Goiás eu não tirei os olhos da senhora. Logo vieram inúmeros boatos...”. Depois, desconversou: “Eu estou lhe namorando, mas não no sentido literal da palavra. Estou lhe namorando para o meu partido, o PP.” Ah, bom, respirou a senadora, aliviada.

Saneamento

Projeto de Fernando Monteiro (PP-PE), aliado de primeira do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), suspende os efeitos do decreto de Lula que desmonta o Marco do Saneamento. Tem tudo para ser aprovado.

Única realização

A grande novidade do governo nos 100 dias iniciais é o vice Geraldo Alckmin (PSB): após décadas na política e duas tentativas frustradas de ocupar o Palácio do Planalto, virou presidente duas vezes.

Voo da alegria

O governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), largou seu Estado submerso, com cidades sob decreto de calamidade pública, para não perder a boquinha voadora da viagem com Lula à China por nossa conta.

Não está nem aí

Governadora desconectada das aflições do seu povo, Fátima Bezerra (PT) deixou para trás a guerra da polícia potiguar contra bandidos que atacam o Estado para não ficar de fora do passeio oficial à China.

Frase do dia

“Cadê você, Alexandre de Moraes?”

Deputada Marcel van Hattem (Novo-RS) sobre invasões criminosas anunciadas pelo MST

Pacto com o diabo

Não foi de graça o elogio de Lula a Fernando Haddad (Fazenda), antes de embarcar para a China. Ele foi instado a apoiar o ministro após Lindbergh Farias (PT-RJ) se apropriar do discurso da oposição e comparar a nova regra fiscal ao “pacto com o diabo”.

Haja paciência

A ida do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao Senado tem data marcada: 25 de abril. Vai participar da Comissão de Assuntos Econômicos. Na pauta, a taxa de juros, claro.

Problema?

O PCO “furou” o governo Lula, que apoia, para anunciar a inauguração de uma rota marítima direta de contêineres entre o Brasil e o Irã, “país mais sancionado do mundo”, diz o partido. Inclusive pelos EUA.

O pessimismo voltou

A indústria crescerá apenas 0,1% em 2023, prevê o Informe Conjuntural da CNI, após alta de 1,6% em 2022. E o crescimento do PIB será quase 60% menor no primeiro ano de Lula que no último ano de Bolsonaro.

Pensando bem...

...se Lula não resolve nem a briga Lira x Pacheco, coitados de russos e ucranianos.

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