Digitais do Planalto ficaram claras na aprovação da PEC que enquadra STF

Ao menos um resultado prático na aprovação da PEC 8/2021, que limita poderes de decisões individuais no Supremo Tribunal Federal (STF): a falta de empenho do Palácio do Planalto e do presidente Lula para ajudar a barrar a decisão acachapante de 52×18 votos. Além do voto favorável do líder do governo, Jaques Wagner (PT), o STF percebeu a anuência de Lula na liberação dos governistas para votar como quisessem, com indicação de “sim”, incluindo a bancada do PSB do vice Geraldo Alckmin.

Rebeldia específica

Sete de oito senadores do PT votaram contra, mas Wagner, mais ligado a Lula, foi autorizado a apoiar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Maranhão: sim

Vice-líder do governo, Weverton Rocha (PDT-MA) votou a favor. Suplente de Flávio Dino, Ana Paula Lobato (PSB-MA) deu um jeito de faltar.

Bahia: sim

A bancada da Bahia, terra do ministro Rui Costa (Casa Civil), de Wagner e senadores do PSD Otto Alencar e Angelo Coronel, foi unânime: sim.

Estes têm ministérios

O União Brasil de Davi Alcolumbre foi unanime a favor da PEC: sete votos a favor. Entre os 11 do MDB, 4 faltas e 4 favoráveis, só três contra.

Ciro: presidente da Caixa caiu por incompetência

O presidente nacional do Progressistas (PP), senador Ciro Nogueira (PI), negou que os partidos de centro, aglutinados no “centrão”, tenham pressionado pela demissão da ex-presidente da Caixa Rita Serrano. “Ela foi demitida por incompetência”, afirmou o político, durante entrevista ao podcast do Diário do Poder, lembrando que a moça chegou ao cargo apenas como uma concessão aos sindicalistas, onde atuava na Caixa.

Sem perigo de dar certo

O senador está convencido de que não poderia dar certo. Para ele, Rita Serrano não tinha qualificação e principalmente experiência para o cargo.

Nunca foi nem gerente

“Ela nunca exerceu sequer a função de gerente de agência na Caixa”, diz ele, observando que o governo não demorou a perceber o erro.

Estofo é fundamental

Serrano foi substituída por Carlos Vieira Fernandes, que, ao contrário, tem experiência, foi até ministro e não teve veto das forças políticas.

Poder sem Pudor

Passando a sacolinha

Em campanha eleitoral, Jânio Quadros reuniu empresários para pedir dinheiro. Advertiu para o “perigo comunista” (Eduardo Suplicy, do PT, e Fernando Henrique Cardoso, PMDB, eram os adversários na disputa para prefeito de São Paulo) e pediu apoio “para salvar os próprios pescoços” dos empresários. Eles, no entanto, permaneciam relutantes. Jânio radicalizou: “Os senhores são tão usurários, tão miseráveis, que quando veem um pobre lhe pedem as horas!” Eles deram muitas risadas. E bastante dinheiro.

Assalariado que se exploda

O veto de Lula à desoneração da folha de pagamento revela desdém aos trabalhadores dos 17 setores que mais empregam no Brasil: se prevalecer a estupidez, 600 mil perderão seus empregos em janeiro.

Não sabem o que fazem

Também revela ignorância da área econômica o veto à desoneração da folha: será gasto mais dinheiro que o montante que espera arrecadar, em seguro-desemprego, bolsa família etc. para os 600 mil desempregados.

PR & damage control

Após a aprovação da PEC 8, Jorge Seif (PL-SC) disse que senadores eram assediados por ministros do STF durante a votação no plenário. Jornalista do Estadão disse que ministro “respondia em tempo real” a entrevista de Rui Costa (Casa Civil), via mensagens (e até figurinha).

Quem define a pauta?

Após a PEC que limita decisões monocráticas anulando atos dos outros Poderes, o presidente do STF, Luis Roberto Barroso, quis até definir a pauta do Legislativo, citando temas “prioritários”. Se fosse o contrário...

Vergonha alheia

Advogados ficaram envergonhados com a atitude acovardada de Beto Simonetti, presidente da OAB. Em vídeo, nem sequer citou Alexandre de Moraes quando “reagiu” ao desdém do ministro ante eventual queixa da entidade por haver negado direito de sustentação oral a um advogado.

Pelo ralo

Os vetos de Lula a indenizações, licenças e aposentadoria integral para policiais civis não surpreenderam a deputada Rosângela Moro (União-SP): “Mais um papo eleitoreiro e populista que foi pelo ralo”.

Esqueleto de vidro

Rogério Marinho (PL-RN) ironizou o arcabouço fiscal de Lula & cia. após notícia que gastos continuam a superar a arrecadação: “imaginamos que não iria resistir ao primeiro ano, mas ele não resistiu nem ao preâmbulo”.

Ranking dos péssimos

As operadoras Claro, em 1º, Vivo e TIM lideraram a lista de empresas com maior número de reclamações no Procon de São Paulo, em 2023. O Pan é o primeiro banco do Top10. O bancão Itaú é a 8ª pior empresa.

Pensando bem...

...se o jogo esta semana foi combinado, os atores merecem Oscar.