Dia do Funk, títulos e concessões entulham CCJ
Faltando apenas nove dias úteis para o fim do ano legislativo, projetos de pouca relevância abarrotam a pauta de Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A maioria dos itens pautados (59) é composta por renovação de concessões de rádio, nomes para viadutos e trechos viários, homenagens e outras perfumarias. A menor parte é de alteração ou criação de leis que realmente afetam a vida real da população (53), como redução da jornada de trabalho, prevista na pauta de hoje (12).
O tempo urge
Na prática, a CCJ só deve ter mais seis sessões, já contando com a desta terça-feira, antes de os parlamentares zarparem de Brasília.
Efeito prático
Na lista de votação, há declaração de município como “Suíça brasileira”, capital da Mata Atlântica, capital do Capim Dourado e por aí vai.
Desde 2012
A morosidade da CCJ coloca em pauta discussões já vencidas, como álcool gel em praças de alimentação. A justifica é a epidemia... de H1N1!
Clima de recesso
No Senado, a CCJ também está longe de preocupações. A única coisa prevista ainda para este ano é a sabatina de Flávio Dino e Paulo Gonet.
Jogada da CCJ com sabatina conjunta esvazia debate
A decisão de promover sabatina conjunta é uma jogada da cúpula da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, acertada com o Palácio do Planalto, para reduzir o espaço para perguntas e intervenções de senadores, sobretudo de oposição, preparados para um verdadeiro “embate” com Flávio Dino, indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF). A sabatina também com Paulo Gonet, indicado para a Procuradoria Geral da República (PGR), tem o objetivo de blindar o atual ministro da Justiça.
Pavio curto
O temor é que provocações da oposição levem Dino, conhecido “pavio curto”, a respostas que causem ruído e até inviabilizem sua aprovação.
Para-choques
Gonet, ao contrário, tem sido elogiado até por senadores de oposição. Colocá-lo com Dino na sabatina reduz o espaço para membros da CCJ.
Contra chatice
Sabatinas conjuntas são usadas em indicações de diretores de agências reguladoras, por exemplo, em sessões chatíssimas, sobretudo técnicas.
Poder sem Pudor
Evo queria a Funai
Durante encontro de magistrados federais no Rio de Janeiro, certa vez, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) revelou sua confiança sobre tantas visitas ao Brasil do então presidente da Bolívia, o cocaleiro Evo Morales, aquele que promoveu o afano dos investimentos brasileiros em seu país: “Ele vem tanto, fala tanto do Brasil, é tão obcecado pelo Brasil, que desconfio que ele está querendo trocar a presidência da Bolívia pela da Funai".
Passando vergonha
Lula continua optando pelo lado errado da História. Após apoiar a invasão russa na Ucrânia e passar pano nos terroristas do Hamas, ele ofereceu o Brasil para “mediar o conflito”, quando na verdade o que há é uma ameaça do seu amigo ditador da Venezuela de invadir a Guiana.
Decorativo não apita
Lula escanteou de novo o chanceler decorativo Mauro Vieira. Para a reunião de quinta (14) entre Venezuela e Guiana, escalou Celso Amorim, chanceler de fato, bajulador do ditador Maduro, para representar o Brasil.
Micos em série
Jornalões pagaram mico com Bolsonaro em Buenos Aires. Primeiro ao noticiar que o ex-presidente “não sabia” se seria recebido quando na verdade ele já havia se reunido com Milei. E imagens do casal Bolsonaro ao lado libertário desmentiram a fake news de que teria sido “barrado”.
O bolso sente
A tragédia ambiental em Maceió afeta o valor das ações da Braskem. Nos últimos seis meses, o papel desvalorizou 37,90%. Em junho, a ação chegou a ser vendida por R$30,95; ontem (11) fechou em R$16,80.
Frase do dia
“A diplomacia presidencial se apequena”
Senador Sérgio Moro (União-PR) sobre ausência de Lula na posse de Javier Milei
Dormitando na gaveta
A PEC do fim do foro privilegiado completou ontem (11) cinco anos de sono profundo na gaveta da Câmara. Passou pelo Senado, foi aprovada em comissão da Câmara e falta apenas ser pautada no plenário.
Só na segunda
O senador Cid Gomes (CE) remarcou para segunda (18) reunião para decidir que rumo vai tomar no PDT. Cid e o irmão, Ciro Gomes, brigaram por discordarem sobre apoiar ou não Lula. Cid pode deixar o partido.
Indumentária
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, foi o único chefe de estado que dispensou o uso de terno e gravata na posse de Javier Milei, na Argentina. Optou por camisa manga longa e calça verde-militar.
Atentado à soberania
Eventual travessia de tropas do ditador da Venezuela por território brasileiro seria um atentado à soberania nacional, diz o Ciro Nogueira (PP-PI), “um crime de responsabilidade inquestionável e imperdoável”.
Pergunta nas relações
Intermediar ameaça é o quê?