Cláudio Humberto
PODER, POLÍTICA E BASTIDORES
Com Tiago Vasconcelos e Rodrigo VilelaDesembargador acusado de ‘trabalho escravo’ ganha bem: R$839 mil em 2022
O desembargador Jorge Luiz de Borba, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), alvo da Polícia Federal por suspeitas de envolvimento com trabalho escravo, recebeu R$839.140,44 em vencimento bruto em 2022. Os dados estão disponíveis na transparência do TJSC. Borba, que é especialista em Direito do Trabalho, é acusado de manter uma mulher surda “em condição análoga à escravidão” ao menos por 20 anos para realizar funções domésticas, segundo o Ministério Público Federal.
Invejável holerite
Só em novembro, o contracheque desembargador ultrapassou a marca dos R$141,5 mil brutos. Com os descontos, R$90,1 mil.
Conta recheada
Este ano, o vencimento bruto de Borba já soma R$349 mil somente nos cinco primeiros meses de 2023.
Nada a reclamar
O menor vencimento bruto do magistrado em 2023 esteve acima do teto: R$62,7 mil. Com o abate-teto, embolsou R$47,8 mil em maio.
Veja bem
Em nota, desembargador Jorge Luiz de Borba chamou as suspeitas de infundadas e que o trabalho “na verdade, expressa um ato de amor”.
Ação no STJ revela grilagem e violência no Maranhão
Está no Superior Tribunal de Justiça (STJ) processo envolvendo um suposto esquema de invasão e grilagem de terras que persiste há mais de uma década em Balsas, no Maranhão, terra do loquaz ministro da Justiça, Flávio Dino. No processo, relatado pelo ministro Raul Araújo, um Jorge Henrique Pes, vulgo Jorge da Serrana ou Jorge Gaúcho, é acusado de utilizar documentos fraudados e até de violência na atividade apontada como criminosa, tudo isso sob a vista grossa do poder público.
Tortura
Jorge Pes também figura em uma centena processos em vários Estados, incluindo denúncias de violência contra famílias de agricultores.
Viúva virou vítima
Nem uma viúva septuagenária escapou de Jorge Pes, que tenta tirar dela uma fazenda em Balsas, adquirida nos anos 1980 pelo marido falecido.
Até terras públicas
Há denúncias de “venda” de terras públicas e uso danoso de agrotóxicos. A coluna não conseguiu contato com Pes, mas o espaço está aberto.
Poder sem Pudor
Dose para cavalo
Em coletiva, um repórter de televisão provocou certa vez o então líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), sobre as denúncias de corrupção contra o governo Lula, no escândalo do mensalão. “As denúncias chegam em doses homeopáticas”, ponderou o repórter, vem mais por aí?” Suassuna inaugurou divergência: “Discordo da sua medida. As denúncias estão aparecendo mesmo em doses cavalares...
Lanterna na popa
Condenado a pagar R$3 milhões gastos pela Operação Lava Jato, da qual alega não ter sido ordenador de despesas, tampouco as autorizava, Deltan Dallagnol se revoltou: “Onde está a Justiça deste país?”
Pet fake
O senador Sergio Moro (UB-PR) respondeu a fake news do lulista André Janones: “continuo a circular muito bem nos dias atuais em locais públicos, inclusive em Confins. Quem é vaiado por aí é o seu dono”.
Boquinha
Na véspera do feriado, Lula nomeou mais um derrotado, Danilo Cabral, que irá chefiar a Sudene. Com apoio do ex-governador Paulo Câmara, rejeitadíssimo em Pernambuco, nem sequer chegou ao segundo turno.
Amigos, amigos
O Wall Street Journal denunciou acordo secreto entre China e Cuba. A ideia, diz a publicação, é Xi Jinping, que enquadrou Lula de graça, dar bilhões à ilha comunista em troca de uma base de espionagem chinesa.
Frase do dia
“Aprenda a falar a verdade”
Senador Sérgio Moro (União-PR) reagindo a mais uma lorota de André Janones
Interesse partidário
Cinco dos seis senadores do MDB na CCJ do Senado, entre titulares e suplentes, se engalfinham para relatar a indicação de Cristiano Zanin ao STF. Davi Alcolumbre (UB-AP), presidente da comissão, tem a escolha.
Amizade questionada
A indicação de Cristiano Zanin para o STF tem um percalço previsto. O senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) deve apresentar uma questão de ordem sobre a legalidade da indicação do advogado pessoal de Lula.
Burocratas
O Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia faz o que pode para dificultar acesso ao contracheque dos servidores, dado normalmente aberto. Pede nome, nascimento, CPF, nome da mãe, email etc. etc....
Prioridades
Deputada federal do Psol-SP, caçadora de holofotes, não quer mais “pai” e “mãe” nos documentos paulistas. Oficiou o Estado para que os termos sejam substituídos por “filiação”. Mas tem ‘mãe’ no perfil nas redes.
Pensando bem...
...presidente investigado só é novidade nos EUA.