Stédile, que até viajou com Lula, diz que MST teve o ‘pior ano de todos’

Stédile, disse que 2023 foi o “ano mais ruim” para o movimento “em termos de assentamentos”

O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, disse que 2023 foi o “ano mais ruim” para o movimento “em termos de assentamentos”, mas maneirou a bronca com o governo Lula, diferentemente de quando culpou o governo anterior, de Jair Bolsonaro, pela situação atual. Ele falou isso em uma mensagem de fim de ano aos “amigos do MST”, que foi publicada no site do movimento. 

A vitória (petista nas urnas) alimentou muitas expectativas com o governo Lula. Pudemos avançar em muitos temas e em outros estamos parados. Faltaram recursos, porque o orçamento era do governo passado, e, de certa forma, o Estado brasileiro, com o desmonte que houve nos seis anos de governos fascistas, impediu que agora a máquina se voltasse para as necessidades dos trabalhadores” afirmou Stédile no vídeo. 

Stédile, que é um dos principais nomes do movimento e faz parte da coordenação nacional do grupo, defendeu que a reforma agrária “se mede por ideias, conquistas políticas e sociais”, e não mais por hectares conquistados. Ele também disse que entende as medidas tomadas pelo governo Lula. 

“Em termos de famílias assentadas, é o pior ano de todos os 40 anos do MST. Mas nós compreendemos. Faz parte da luta” destacou o líder do MST. 

Em outubro, o movimento fez atos contra o governo petista em várias capitais do país no Dia Mundial da Alimentação. No texto que foi publicado em seu site oficial na época, o MST reclamou de supostas “lentidões, falta de orçamento e incapacidade” do governo petista na questão agrária, uma bandeira histórica da esquerda e do PT, partido do presidente Lula. 

“Até agora, não teve nenhuma política de assentamento feita no estado de São Paulo, nem a destinação de créditos ou contratos de compra de alimentos pelo governo via Conab, o que gera um descontentamento na nossa base social que se esforçou muito em todo o território nacional para eleger este governo”, dizia uma parte do texto.