RS: Ciclone causa danos em mais de 50 cidades e deixa 5 pessoas mortas
Cidades nas regiões Norte, Serra e Vale do Taquari são as mais afetadas
O ciclone extratropical que se formou no Rio Grande do Sul na noite desta segunda-feira (4) causou estragos em mais de 50 cidades no estado. O fenômeno inclui fortes rajadas de vento, aumento do nível dos rios, e levou até o momento, cinco mortes em quatro cidades gaúchas.
O número de desabrigados é de 426 e as cidades mais atingidas são das regiões Norte, Serra e Vale do Taquari, com base nos dados mais recentes divulgados pela Defesa Civil do RS.
Em Santa Catarina, um homem morreu após o carro em que ele estava ser atingido por uma árvore durante a tempestade. Outras três pessoas ficaram feridas em Balneário Camboriú e Itajaí, no Litoral Norte.
O ciclone teve origem em um sistema de baixa pressão e se deslocou em direção ao oceano, ganhando intensidade. Enquanto a frente fria avança em direção a São Paulo, o ciclone extratropical deve se afastar do Brasil nesta terça-feira (5), mas os pontos altos das serras ainda podem ter rajadas em torno de 100 km/h.
O governador do estado, Eduardo Leite (PSDB-RS), demonstrou apoio as famílias atingidas e afirmou que está se mobilizando para minimizar os estragos.
“Esse é o quarto evento climático severo que atinge o Estado desde junho. O governo está mobilizado em todas as frentes para minimizar os estragos e preservar a segurança de todos. Sigam as orientações da Defesa Civil e, em caso de necessidade, procurem os serviços de emergência. Nossas equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros estão em campo desde ontem para atender a população. Em paralelo, estamos trabalhando para desobstruir acessos bloqueados pela chuva. Até agora, 55 municípios já registraram danos por conta das chuvas dos últimos dias aqui no RS. Estamos mobilizados para resgatar as famílias que ficaram ilhadas e preservar as vidas nesse primeiro momento. Essa é a nossa prioridade”, afirmou.
O presidente Lula (PT) também se manifestou sobre as chuvas no estado e afirmou que o chefe da Defesa Civil irá ao Rio Grande do Sul para ajudar naquilo que for necessário. Helicópteros da Brigada Militar, Polícia Civil e Polícia Rodoviária Federal serão utilizados nas ações de apoio aos municípios afetados. Porém, até agora, o petista não falou em visitar as áreas atingidas
A Defesa Civil estadual informou que segue apoiando os municípios nas ações de ajuda humanitária que forem necessárias.
As cidades que mais sofreram com o ciclone foram: Roca Sales, que teve uma forte enchente, levando a prefeitura a pedir que os moradores subissem nos telhados das residências. Em Muçum, o prefeito pediu que moradores de áreas alagadas deixassem suas residências e procurassem abrigo. Equipes do Corpo de Bombeiros Militar e da Brigada Militar atuaram no resgate às pessoas ilhadas pela água que subiu rapidamente.
Em Farroupilha e Nova Roma do Sul, uma ponte de ferro desabou com a força da correnteza no Rio das Antas. Em Santo Cristo, a tempestade danificou pelo menos cinco casas e galpões. Em Coqueiros do Sul, um galpão que funcionava como mercearia foi destelhado pelos ventos fortes e chuva.
Em Cruz Alta, houve alagamentos. Pelo menos cinco casas ficaram alagadas e outras duas foram destelhadas. Em Cachoeira do Sul, uma casa foi atingida por um raio e ficou parcialmente danificada.
Em São Jorge, há registro de alagamentos em toda cidade, com cerca de 90 pessoas desalojadas. Caxias do Sul e Bento Gonçalves registraram alagamentos e queda de árvores por conta da chuva. Em Nova Bassano, na mesma região, pelo menos duas pessoas ficaram ilhadas devido ao aumento do nível do rio.