Nos 50 dias do fracasso de Mossoró, PF prende suspeito de ajudar fugitivos

Foi encontrado um suspeito de ajudar os dois fugitivos, que foi preso em Fortaleza na segunda-feira (01) segundo a Polícia Federal

A fuga inédita da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, completa 49 dias, nesta quarta-feira (03). A operação do ministro Ricardo Lewandowski (Justiça) só não é pior porque as forças policiais prenderam um suspeito de ajudar os dois fugitivos. O suspeito foi preso em Fortaleza na segunda-feira (01). A prisão  foi confirmada pela Polícia Federal. 

Com a nova detenção, subiu para oito o número de presos sob suspeita de terem ajudando os foragidos. No caso de Fortaleza, o suspeito foi detido em uma pousada na Praia do Futuro pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Ceará. O mandado de prisão foi expedido pela 8º Vara da Justiça Federal de Mossoró. 

A PF não deu mais detalhes sobre as circunstâncias da prisão, nem divulgou o nome do suspeito.

Na terça (02), o Ministério da Justiça admitiu que houve falhas em procedimentos, mas descartou corrupção de agentes na fuga dos dois presos. 

A conclusão consta em relatório da corregedoria-geral da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), órgão ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. Sobre as falhas, a corregedora Marlene Rosa afirmou que elas se deram nos procedimentos carcerários de segurança. 

Para apurar o que houve, diz o ministério, foram instaurados três processos administrativos disciplinares envolvendo dez servidores. “Outros 17 servidores assinaram Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), no qual se comprometem com uma série de medidas entre as quais, não podem cometer as mesmas infrações e terão de passar por cursos de reciclagem.”

As celas dos dois presos que fugiram ficaram 30 dias sem revista, e por isso foram abertas as apurações contra os dez servidores. 

Nesse período de quase 50 dias, Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Martelo, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Tatu ou Deisinho, já mantiveram uma família como refém, foram avistados em comunidades diversas, se esconderam em uma propriedade rural e agrediram um indivíduo na zona rural de Baraúna.

Os investigadores suspeitam que os dois detentos tenham sido mantidos por membros do Comando Vermelho do Rio de Janeiro em parte desse tempo.

Até a semana passada, as buscas pelos fugitivos envolviam 500 policiais de forças como Polícia Federal, PRF (Polícia Rodoviária Federal) e Polícia Militar do Rio Grande do Norte. A atuação da Força Nacional, que entrou na operação em 23 de fevereiro, não foi renovada.