Ministros de Lula assinaram manifesto pró- Hamas, diz jornal
Deputados federais da equerda e dois ministros do presidente Lula assinaram em 2021 um manifesto de repúdio à designação de "organização criminosa" ao Hamas
Deputados da esquerda e dois ministros do presidente Lula assinaram, em 2021, um manifesto de repúdio à designação de “organização terrorista” ao Hamas, grupo terrorista que atacou Israel na madrugada de sábado (07), e matou mais de 1 mil pessoas.
A informação foi divulgada pela jornalista Mônica Waldvogel, durante o noticiário da GloboNews, ao comentar sobre o governo omitir o nome do grupo terrorista em nota de posicionamento.“Um dos pontos que chamaram a atenção foi o fato de que o governo brasileiro procurou não mencionar o nome do grupo Hamas. Há relações de parte do Partido dos Trabalhadores, de encarar como resistência, por causa do fato de que não há negociações para oferecer o melhor status para a Palestina”, disse a jornalista.
O noticiário recebeu muitas críticas de ligações à esquerda que afirmaram que a informação é falsa, em contrapartida a emissora afirma que é verdadeira
Segundo a jornalista os deputados envolvidos ao manifesto são:
Deputada Érika Kokai (PT-DF)
Deputada Fernanda Melchiona (PSOL-RS)
Deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ)
Deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC)
Deputada Professora Rosa Neide (PT-MT)
Deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP)
Deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ)
Deputado Camilo Capiberibe (PSB-AP)
Deputado David Miranda (PSOL-RJ)
Deputado Enio Verri (PT-PR)
Deputado Gláuber Braga (PSOL-RJ)
Deputado Helder Salomão (PT-ES)
Deputado Ivan Valente (PSOL-SP)
Deputado Nilto Tatto (PT-SP)
Deputado Orlando Silva (PCdoB-SP)
Deputado Padre João (PT-MG)
Deputado Paulão (PT-AL)
Deputado Zeca Dirceu (PT-PR)
E os ministros do petista incluídos no manifesto são: Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha e o ministro da Secretária de Comunicação Social, Paulo Pimenta. Ambos enquanto deputados eram do PT.
Manifesto na íntegra
‘Resistência não é terrorismo!
Todo apoio ao povo palestino na luta por legítimos direitos. Os parlamentares, entidades e lideranças brasileiras que subscrevem este documento, expressam o seu profundo descontentamento à declaração da secretária do Interior da Inglaterra, Priti Patel, que atribuiu ao Movimento de Resistência Islâmico – Hamas, a designação de ‘organização terrorista’, alegando falsamente que o Movimento palestino seria ‘fundamentalmente e radicalmente antissemita’.
Este posicionamento representa uma extensão da política colonial britânica, em desacordo com a posição da maioria do povo da Inglaterra, que se opõe à ocupação israelense e aos seus crimes. Seu objetivo é claro: atingir a legítima resistência palestina contra a ocupação e o apartheid israelense, numa clara posição tendenciosa em favor de Israel e tornando-se cúmplice das constantes agressões aos palestinos e aos seus direitos legítimos.
O direito à resistência assegurados pelo Direito Internacional e Humanitário, pela Carta das Nações Unidas e por diversas Resoluções da ONU, entre elas as de nº 2.649/1970, 2.787/1971 e 3103/1974, reiterando o direito de todos os povos sob dominação colonial e opressão estrangeira de resistir ao ocupante usurpador e se defender.
A resistência é um legítimo direito dos palestinos contra a ocupação e as reiteradas violações dos direitos humanos, bem como os crimes de guerra. Direito que os palestinos não abrem mão e para o qual, contam com o nosso apoio e solidariedade à sua causa de libertação e pelo seu Estado nacional palestino.
Brasil, 23 de novembro de 2021.’
O PT também publicou no último sábado (07), uma nota de posicionamento referente aos ataques do grupo terrorista a Israel e afirma que repudia todo e qualquer ato de violência.
“O Partido dos Trabalhadores expressa sua preocupação com a recente escalada de violência envolvendo palestinos e israelenses, com diversas vítimas civis, incluindo crianças e idosos.O PT repudia todo e qualquer ato de violência e se solidariza com todas as vítimas e seus familiares. Só há um caminho para a paz na região, que é a garantia de dois Estados, um palestino e um israelense, o cumprimento dos acordos de Oslo, que completam 30 anos em 2023, e o cumprimento das Resoluções da ONU. Seguiremos perseguindo a paz e temos confiança no papel de que o Brasil poderá cumprir como mediador deste conflito histórico, situando-se à frente do Conselho de Segurança da ONU”.