Justiça considera paralisação ilegal e suspende greve dos rodoviários

Descumprimento da decisão pode render multa de R$10 mil por hora de paralisação

A Justiça do Trabalho considerou ilegal o movimento grevista dos rodoviários do Distrito Federal, anunciado para esta segunda-feira (6).

A paralisação foi decidida neste domingo (5).

Em decisão tomada no início da noite de hoje, o desembargador Alexandre Nery de Oliveira determinou que a greve deve ser suspensa sob pena de multa de R$10 mil por hora de descumprimento da decisão.

No despacho, o desembargador destacou “aparente abuso do direito de greve”, já que não percebeu efetiva garantia de prestação mínima do serviço.

O magistrado também observou os esforços do secretário de Transportes, Flávio Murilo Gonçalves Prates de Oliveira, para mediar um acordo entre os rodoviários e as empresas de ônibus. O esforço foi ignorado por pelegos sindicais.

Cabe notar, inclusive, que ainda ontem o Secretário de Estado de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal havia mantido contado com o Sindicato para buscar intermediar a negociação entre as categorias obreira e patronal, propostas que teriam sido recusadas mas, ao invés de emprestar-se o efeito necessário à deflagração em tempo hábil a últimas negociações, acabou por resultar na indevida deflagração imediata, sem observar as exigências legais”, diz trecho da decisão.

Os rodoviários reivindicam renovação do Acordo Coletivo de Trabalho, reposição salarial e ganho acima da inflação.

Nas redes sociais, o governador Ibaneis Rocha destacou os esforços da Secretaria de Mobilidade para colaborar com o fim do movimento grevista, lembrou dos milhares de trabalhadores que dependem do transporte coletivo e pediu responsabilidade da categoria.

“O Distrito Federal reconhece o valor dos rodoviários, que todos os dias transportam milhares de pessoas. Compreende também as reivindicações da categoria. Por tudo isso, é hora de responsabilidade.”, disse Ibaneis Rocha.

O brasiliense é refém de paralisações dos rodoviários há 38 anos, quando, em 1985, a categoria deflagrou uma greve que durou três dias.