Fontes de Césio-137 são furtadas de mineradora em Minas Gerais

Fontes têm atividade cerca de 300 mil vezes menor do que aquela do acidente de Goiânia, mas podem fazer mal à saúde

Duas fontes de Césio-137, material altamente radiativo, foram furtadas de uma mineradora em Nazareno, Minas Gerais. O crime ocorreu em 29 de junho e é investigado pela Polícia Civil e pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão do governo federal.

A empresa divulgou uma nota se manifestando sobre o ocorrido e diz que “lamenta profundamente qualquer preocupação que possa causar às comunidades vizinhas. Como a segurança e o bem-estar de todos os esforços possíveis para resolver a situação o mais breve possível”.

As fontes furtadas são de Césio-137, feitas em material cerâmico e duplamente encapsuladas com aço inoxidável e blindadas externamente em aço inox, resistente ao impacto.

De acordo com a CNEN, apesar das fontes serem de Césio-137, elas têm atividade cerca de 300 mil vezes menor do que aquela do acidente de Goiânia, considerado o maior acidente radiológico do mundo.

Acidente em Goiânia (GO)

Em 1987, mais de 100 pessoas morreram contaminadas e outras 1,5 mil foram afetadas pelo material radioativo Césio-137 em Goiânia. Um aparelho radiológico com cápsula do metal foi roubado, em 13 de setembro, por catadores em um terreno abandonado do Instituto de Radioterapia de Goiânia. Nesse contato, eles tiveram náuseas e vômitos, que foram primeiro relacionados à alimentação.

Alguns dias depois, o aparelho foi vendido para um dono de ferro-velho, que abriu a cápsula. Encantado pela luz azul emitida no escuro pela substância tóxica, ele a mostrou a parentes e amigos, contaminando-os. Em 23 de outubro, foram registradas as primeiras mortes de pessoas vítimas da radiação.

Anos depois, o Estado de Goiás foi condenado pela Justiça a indenizar as vítimas do acidente.