Questões do Enem do MEC atacam o agronegócio

Questões contaminadas ideologicamente criticam o agronegócio

A prova do Enem 2023 iniciou neste domingo (05), com o primeiro caderno de humanas e linguagens. O que chamou atenção nas questões foi o ataque ao agronegócio, principal atividade de desenvolvimento social e econômico para o Brasil.

A inclusão desse conteúdo no exame concorrido por todo o país gerou controvérsia, especialmente pelo agronegócio ser um pilar do crescimento econômico brasileiro e um setor vital para o PIB do país, respondendo por cerca de 25%.

O ataque ao agro apareceu nas questões 70 e 89, do caderno branco, na pergunta 70 alerta para o “avanço da soja” na Amazônia, que seria responsável pelo desmatamento do bioma, e responsabiliza “grileiros, madeireiros e pecuaristas”. Conforme o gabarito extraoficial divulgado pelo MEC (Ministério da Educação), a resposta que melhor explica o problema é a apropriação de terras devolutas, por esses agentes.

Já no enunciado da 89 afirma que, “no Cerrado, o conhecimento local está sendo cada vez mais subordinado à lógica do agronegócio”. Ainda, o texto diz que “de um lado, o capital impõe os conhecimentos biotecnológicos, como mecanismo de universalização de práticas agrícolas e de novas tecnologias, e de outro, o modelo capitalista subordina homens e mulheres à lógica do mercado”.

Veja questão do Enem de 2023, que utiliza a teoria de Karl Max para criticar o agronegócio. (Foto: Rerodução).

 

Por fim, essa “lógica do agro” é associada a supostas consequências negativas, como a `‘pragatização’ dos seres humanos e não humanos, a violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa”. Segundo o gabarito oficial do MEC, a resposta correta para a “territorialização da produção” é a letra A que diz, que o “cerco aos camponeses, inviabilizando a manutenção das condições para a vida”. Além das demais alternativas propor “desprezo ao assalariado”, “desrespeito aos governantes”, entre outras ofensas.

Governo Lula contra o agronegócio

Com base no contexto das recentes invasões de terras feitas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), tanto em Santa Catarina quanto em outras regiões do Brasil. Defensores do agronegócio apontam essas ações como disruptivas e prejudiciais à ordem social e à economia, enquanto os apoiadores do MST as veem como uma forma de resistência dos camponeses frente à expansão do agronegócio e à luta por reforma agrária.

Por meio das redes sociais, os parlamentares Luciano Zucco (Rep-RS) e Nikolas Ferreira (PL-MG) comentaram indignados sobre a prova.

Zucco classificou as questões como “Absurdo” e afirma que a prova está incitando o ódio ao agronegócio. O deputado também disse que medidas serão tomadas “ABSURDO! Prova do ENEM incita ódio ao agronegócio! Vamos apresentar um requerimento de convocação dos ministros da Agricultura e Desenvolvimento Agrário. O uso da máquina pública para fins ideológicos precisa ser explicado e exige retratação”.


O deputado federal Nikolas Ferreira disse que está em contato com o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Pedro Lupian (PP-PR) para convocar o ministro da Educação, Camilo Santana para dar explicações. “Já entrei em contato com o presidente da FPA, @pedro_lupion, para convocar o ministro, ajuizarmos ação contra essa questão que ataca o agro brasileiro, seus trabalhadores e produtores”.

 



Até o momento, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) e o MEC (Ministério da Educação) não deram nenhuma declaração sobre o assunto. No próximo domingo (11), os estudantes de todo o Brasil irão fazer a segunda parte do Enem, a prova de exatas e ciências biológicas.