Nikolas: G.Dias foi incompetente, ‘tanto que pediu demissão’

Deputado disse que general parecia perdido nas imagens do dia 8

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) questionou por diversas vezes o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, sobre as supostas omissões do general nos atos de vandalismos às sedes dos Três Poderes, em Brasília no dia 8 de Janeiro.

Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, nesta quinta-feira (31), o ex-Gsi do presidente Lula (PT) se esquivou de todas as perguntas do parlamentar.

Questionado pelo deputado sobre os informes recebidos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), e qual medidas foram tomadas pelo então ministro, G.Dias afirmou que o “Plano Escudo” (que previa o esquema de segurança do palácio) já estava acionado. Nikolas então apontou uma “controvérsia” na resposta do general apresentando um inquérito militar do exército do Coronel Amorim, em que o plano não acionado e por isso não recebeu determinação para entrar em contato com agências de segurança.

No inquérito apresentado pelo parlamentar também foi relatado que o GSI não determinou nenhum aumento de reforço de seguranças no Palácio do Planalto. Ferreira apresentou também um relatório enviado pela Abin no dia 7 de janeiro em que reforçam as possíveis invasões. Questionando mais uma vez G.Dias, o parlamentar pergunta quais medidas foram tomadas pelo general sobre o informe do dia 7 de janeiro.

O ex-Gsi se esquivou novamente e apontou que o deputado “pegasse depoimentos relatados no Plano Escudo”, O deputado então “cortou” o parlamentar e questionou qual era o papel do GSI no Plano. Mas uma vez G.Dias tentou sair da pergunta alegando para Nikolas “ler o Plano Escudo”. 

Ferreira rebateu o general e se posicionou para que ele respondesse as perguntas sem tentar sair de papel de convocado. G.Dias não quis responder o parlamentar.

O parlamentar apontou que o então responsável pelo GSI convocou apenas um pelotão no dia 8 de janeiro, sabendo dos possíveis riscos de invasão. G.Dias tenta se esquivar das perguntas, Nikolas rebate e pergunta se o general vai responder, e mais uma vez o ex-GSI não reponde e em um tom irônico dá uma “risadinha” para o deputado.

Nikolas disparou contra G.Dias,“você pode continuar se esquivando das perguntas, isso diz mais sobre você do que de mim”. O parlamentar questionou ainda se o general tinha conhecimento se a Abin enviou os informes para o Ministério da Justiça. Como já esperado G.Dias não respondeu.

Ferreira lança outra pergunta não respondida pelo ex-GSI, dessa vez questionou se G.Dias sabe quantas pessoas o único pelotão enviado por ele pode conter. O general mais uma vez ironiza o deputado afirmando “excelente pergunta, não vou responder”.

O parlamentar reponde o tom irônico do general, “excelente sua ironia e seu sarro aqui comigo, diz muito a respeito do senhor”. Nikolas lança outra pergunta e questiona se G.Dias “tomou alguma medida no Planalto de verdade ou apenas ficou andando de um lado para o outro completamente perdido”. Outra vez o ex-Gsi lulista não responde.

Após as diversas omissões de respostas e ironias de Gonçalves Dias, Nikolas dispara contra o general:

“O senhor pra mim, se preza a estar ali ao lado de uma pessoas que primeiro jamais honrou o exército de Caxias, uma pessoa que vai frontalmente contra os ideais do Brasil, o senhor pelo que tenta colocar aqui pra mim como se não pudesse me responder, o seu histórico diz mais, e é muito mais pesado do que o meu. Então se fosse para alguém tomar uma posição mais ríspida seria de mim para o senhor, não do senhor para mim, até mesmo porque além do senhor obviamente ter colado para ter entrado, o senhor é conhecido assim no exército, por ter subido de patente por ter amizade com Lula”, afirmou.

O parlamentar apontou ainda que o general não pode ter esse tom de “ingenuidade e “fragilidade” e que se há é porque G.Dias foi “incompetente”.

Nikolas concluiu seu posicionamento afirmando que há pessoas que estão mais no “fundo do poço” que o ex-GSI, e citou o ministro da Justiça, Flávio Dino, alegando que “um não sabe de nada, e o outro esconde as imagens” das invasões.