‘Não adianta ir entregando ministérios’, diz Mendonça Filho sobre ‘reforma’

Para o pernambucano, atual relação entre governo e Congresso é “casamento por ocasião ou interesse"

Autor da PEC que obriga o governo a submeter operações internacionais do BNDES a aprovação do Congresso Nacional, o deputado federal Mendonça Filho (União-PE) espera aprovar a matéria na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) até a próxima quarta-feira (13).

“Qualquer pessoa em sã consciência sabe que o Brasil precisa de créditos para exportação de bens e serviços, mas não pode ser a banda voou, não pode ser a critério dos amigos do rei, como se deu durante os governos do PT”, afirmou.

E continuou: “Países notoriamente inadimplentes ou sem capacidade de pagamento receberam empréstimos bilionários, sem qualquer sinergia com o interesse brasileiro, como foram os casos de Cuba e Venezuela”.

O deputado diz que o governo concentrou esforços para impedir a votação da PEC do BNDES, mas enfatizou que, após o vencimento do pedido de vistas, a propositura volta à pauta “para figurar entre as prioridades de apreciação”.

Ao Diário do Poder, Mendonça Filho comentou a atual dinâmica entre Congresso e Planalto, classificando como uma relação entre ‘tapas e beijos’, de ‘’pouca solidez e nenhuma consistência, o chamado casamento de ocasião ou por interesse”, avaliou.

O pernambucano citou o caso da CCJC, principal comissão da Câmara dos Deputados, em que as novas mudanças ministeriais somaram apenas dois votos a mais para a base governista. “Não adianta ir entregando Ministérios ou ampliando o número de ministérios aos partidos políticos. Isso não dará tranquilidade”.

Para o parlamentar, o governo opera, atualmente, “com o chip do governo Lula 1 e Lula 2” e ainda não entendeu que está diante de um Congresso liberal, conservador, e, portanto, inflexível com pautas que envolvem liberdade de expressão e liberdade de mercado.