Suspeito de corrupção, Paulo Dantas é reeleito em Alagoas com 52,33%

Governador foi alvo da Operação Edema e chegou a ser afastado do cargo acusado de desviar R$ 54 milhões da Assembleia

Com presença de tropas federais em 27 municípios, em um 2º turno marcado pela Operação Edema que afastou o chefe do Executivo por suspeitas de corrupção de R$ 54 milhões, Alagoas reelegeu neste domingo (30) o governador-tampão Paulo Dantas (MDB) para governar o estado onde nasceu o proclamador da República. A apuração da totalidade das urnas deu a vitória do emedebista com 52,33% dos votos.

“Vencemos no voto. Obrigado a todos alagoanos que acreditaram em nosso projeto de desenvolvimento. Alagoas venceu, a verdade venceu, todos nós vencemos hoje! Obrigado de coração por cada voto. Podem contar comigo porque nos próximos quatro anos Alagoas vai ser daqui pra melhor!”, disse o governador reeleito, ao postar imagem comemorando com a frase “a vitória venceu”.

O oposicionista Rodrigo Cunha (União Brasil) obteve 47,67% dos votos, com o apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). O senador migrou do PSDB para União Brasil para disputar o mandato de governador.

Indícios investigados

Apoiado pelo ex-presidente Lula (PT) e pelo senador Renan Calheiros (MDB), Paulo Dantas é suspeito de comandar um esquema de corrupção que lhe rendeu o afastamento do cargo determinado em plena campanha de 2º turno pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que avaliou que o governador traria risco ao patrimônio do estado campeão da fome no Brasil.

O desvio milionário atribuído ao governador pelos investigadores da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF) teria sido montado quando Paulo Dantas era deputado estadual. Ele foi eleito em eleição indireta, em abril, após Renan Filho renunciar ao governo de Alagoas para disputar e conquistar o mandato de senador em Alagoas, onde atuará ao lado de seu pai, Renan Calheiros.

O afastamento foi revertido na semana passada, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que entendeu que o período eleitoral impediria a medida cautelar, e ainda concluiu que os fortes indícios de crimes não teriam relação com o cargo de governador, mas à época em que Paulo Dantas era deputado estadual. A investigação indica como indícios de crimes o suposto enriquecimento ilícito do governador, que comprou mansão de R$ 8 milhões e teria lavado o dinheiro desviado com a compra de 25 apartamentos na área nobre da orla marítima de Maceió, através de uma empresa criada em nome de suas suas filhas.

O governador-tampão de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), avançou ao 2º turno da disputa pela sua reeleição ao mandato de governador de Alagoas, largando na frente com 20 pontos de vantagem contra o senador Rodrigo Cunha (União Brasil).

No 1º turno, foram 46,64% dos votos válidos para Paulo Dantas, contra 26,79% da votação obtida pelo senador Rodrigo Cunha, segundo colocado. A diferença foi de 301.764 votos, na primeira etapa das eleições.