Vexame: relatório final da CPI da Americanas não aponta culpados
Relatório poupa os bilionários controladores da empresa alvo de "fraude de resultados"
A pizza está pronta para ser servida na reunião desta terça-feira (5) da CPI da Americanas, onde está prevista a votação do seu relatório final, onde sustenta não ter sido possível identificar “de forma precisa” os autores da fraude bilionária.
Nas “Conclusões”, o relatório sustenta que, “em que pesem os indícios de materialidade apontados”, não foi possível “identificar” a autoria dos fatos investigados, “nem imputar a respectiva responsabilidade criminal, civil ou administrativa a instituições ou pessoas”.
O relatório ao menos admite “possível” envolvimento da antiga diretoria, mas evita fazer “um juízo de valor seguro”. É como se o rombo de R$25,3 bilhões não tivesse autoria, nem beneficiários. Mas poupa os três controladores da empresa, Jorge Paulo Lehmann, Beto Sicupira e Marcel Telles.
“Os elementos até então carreados não se mostraram suficientes para a formação de um juízo de valor seguro o bastante para atribuir a autoria e para fundamentar eventual indiciamento”, diz o relatório vexatório do deputado Carlos Chiodini (MDB-SC).
As conclusões pífias da CPI ocorreram apenas de o ex-CEO Miguel Gutierrez haver afirmado à comissão que a companhia tem documentos e elementos mostrando que houve fraude. Ele declarou ter sido feito o aumento artificial do lucro da companhia com o objetivo de ocultar o resultado financeiro da empresa. “A fraude das Americanas é uma fraude de resultado”, afirmou.
A assessoria de imprensa da Americanas enviou nota para o Diário do Poder.
A Americanas refuta veementemente as argumentações apresentadas pelo senhor Miguel Gutierrez à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na véspera da apresentação do relatório final. A companhia reitera que o ex-dirigente da Americanas não contestou em nenhum momento os documentos e fatos apresentados à Comissão no dia 13 de junho, que demonstram a sua participação na fraude.
A Americanas reitera que o relatório apresentado na Comissão Parlamentar de Inquérito em 13/06, baseado em documentos levantados pelo Comitê de Investigação Independente, além de documentos complementares identificados pela Administração e seus assessores jurídicos, indica que as demonstrações financeiras da companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior da Americanas, capitaneada pelo senhor Miguel Gutierrez.
A Americanas confia na competência de todas as autoridades envolvidas nas apurações e investigações, reforça que é a maior interessada no esclarecimento dos fatos e irá responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.