Câmara dos Deputados começa a debater o uso do hidrogênio sustentável

Audiência foi solicitada pela deputada Renata Abreu, defensora do uso de hidrogênio sustentável na indústria nacional

O uso do hidrogênio sustentável começou a ser debatido na Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (11), por meio da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

A audiência pública foi solicitada pela deputada federal Renata Abreu ( Podemos-SP), defensora do uso de hidrogênio sustentável na indústria nacional, e pelo deputado federal Bruno Ganem (Podemos-SP).

O hidrogênio sustentável é obtido a partir de fontes renováveis de energia, hidrelétrica, solar, eólica, entre outras, em processos em que não haja emissão de carbono.

 “Embora a matriz energética brasileira seja majoritariamente proveniente de fontes renováveis (61,8% de hidrelétricas), há muito a ser explorado para que diferentes setores se tornem mais sustentáveis. Uma das soluções que tem ganhado força nos últimos anos é justamente a adoção do hidrogênio sustentável, tema de nossa audiência pública”, destaca Renata.

Dados da Agência Internacional de Energia (IEA, da sigla em inglês), cita a deputada, apontam que 990 projetos de hidrogênio foram identificados no mundo desde o ano 2000 e que 67 países têm pelo menos uma iniciativa sustentável na área. Segundo ela, o Brasil tem quatro projetos dessa natureza.

Estudo feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) identifica duas modalidades de produção do hidrogênio sustentável adequadas para uso no setor industrial: o hidrogênio verde, produzido a partir de fontes renováveis, como energia solar e eólica sem emissão de gases de efeito estufa; e o hidrogênio azul, obtido a partir do gás natural e com emissões reduzidas por meio da tecnologia de captura e armazenamento de carbono.

De acordo com a CNI, entre os ramos que mais se beneficiaram do uso imediato da produção de hidrogênio sustentável estão os setores industriais de refino e fertilizantes, por serem grandes consumidores dessa matéria-prima. E no caso de siderurgia, metalurgia, cimento e cerâmica, por exemplo, a adoção do hidrogênio sustentável seria de curto e médio prazo.

A presidente do Podemos ressalta que “além de surgir como oportunidade para descarbonizar a indústria nacional, o hidrogênio sustentável poderia ser exportado, em especial para a Europa”.

Renata destaca que entre os potenciais parceiros está a Alemanha, que tem feito acordos para a compra de hidrogênio sustentável para uso final e modernização de seu sistema produtivo. “Em troca, o País venderia ou transferiria tecnologia de produção alemã”.