Segunda pluma com rejeitos se desloca lentamente no Rio Paraopeba

Ela se move em direção ao município de Juatuba (MG) e já teria percorrido 51 quilômetros desde a barragem da Vale na mina Córrego do Feijão, em Brumadinho

Boletim divulgado na noite de ontem (2) pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) mostra uma segunda pluma, formada pela mistura de rejeito e água, se deslocando a uma velocidade inferior a 0,3 quilômetro por hora no Rio Paraopeba. Ela se move em direção ao município de Juatuba (MG) e já teria percorrido 51 quilômetros desde a barragem da Vale na mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), que se rompeu no dia 25 de janeiro.

O CPRM é uma estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia e opera, em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA), estações da Rede Hidrometeorológica Nacional localizadas ao longo do Rio Paraopeba. Desde o rompimento da barragem, ela vem monitorando o avanço do rejeito.

Neste último boletim, não há informações atualizadas do local onde se encontra a primeira pluma. Na manhã da última quarta-feira (30), ela já havia percorrido 98 quilômetros desde a barragem e estava na altura do município de São José da Varginha (MG). Segundo o CPRM, a pluma não vai alcançar a Usina Hidrelétrica de Três Marias (MG).

Os boletins também trazem informações sobre a turbidez da água. A primeira pluma atingiu valores medidos dentro da normalidade para o Rio Paraopeba. “A pluma 2 está sendo monitorada e a expectativa é que continue se comportando da mesma forma que pluma 1, diminuindo a concentração ao longo do percurso e que as partículas em suspensão sedimentem no leito”, registra a estatal.

O CPRM informa, porém, que a ocorrência de chuvas na região pode alterar o cenário. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê chuviscos para amanhã (4) a tarde e a noite em Brumadinho.

Captação suspensa

Usado para abastecimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, o Rio Paraopeba ainda está com sua captação suspensa pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). Desde o dia em que a barragem se rompeu, o atendimento da população está sendo feito pelas represas do Rio Manso, Serra Azul, Várzea das Flores e o Rio das Velhas.

Resultados preliminares de análises realizadas por técnicos da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) levaram a pasta a recomendar que não se utilize a água bruta do Rio Paraopeba para qualquer finalidade e que se mantenha distância de 100 metros de suas margens. Na última quinta-feira (31), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) recomendou que o governo de Minas Gerais determine a proibição da pesca no Paraopeba.