Quase 90% da população do município de São Paulo acredita nas mudanças climáticas

Para 12,5% disseram que é apenas uma "teoria", segundo levantamento do Instituto Orbis

Pesquisa Meio Ambiente – Mudanças Climáticas realizada pelo Instituto Orbes na cidade de São Paulo revela que 87% da população do município acredita que o planeta está em processo de aquecimento global. Enquanto 12,5% disseram que é apenas uma “teoria”.

O evantamento também revela que 79% dos entrevistados acreditam que as atividades humanas são responsáveis pelo aumento de temperatura no planeta, em especial as pessoas entre 19 e 35 anos, os que tem renda familiar entre R$ 5.000,00 e R$ 10.000,00 e acima de R$ 15.000,00 e estão na região central, oeste e sudeste.

O assunto também está entre os temas de conversas entre familiares de 86% dos moradores do município paulista. Os que mais conversam ou conversaram estão entre 19 e 65 anos; os que menos conversaram são os que têm menos de 19 anos e mais de 65 anos. Os que têm renda familiar menor de R$ 1.045,00 são os que menos falam ou falaram.

Ainda segundo a pesquisa Orbis, 85% da população diz concordar que “a industrialização é responsável pelo aumento anormal das Mudanças Climáticas”, sendo que 46% concorda plenamente e 39% concorda parcialmente. Os que menos concordam são os que têm mais de 65 anos, os que têm renda familiar entre R$ 2.000,00 e R$ 5.000,00 e aqueles que têm renda familiar entre R$ 10.000,00 e R$ 15.000,00.

Dos entrevistados, 88% ainda concordaram que a ação humana sobre a natureza tem relação com a elevação dos mares, aumento de incêndios florestais, grandes temporais e secas. Os que menos acreditam nessa relação são as pessoas com renda familiar maior de R$ 10.000,00. Entre as regiões, os que mais acreditam nessa relação estão na região central, oeste e sul.

De uma maneira geral é possível afirmar com estes dados que há uma preocupação bastante importante da população em relação à questões ambientais, sem grande distinção entre renda, idade e regiões, entre a população paulistana. Todos os índices que apontam para a consciência sobre fenômenos climáticos ou questões ambientais importantes estão acima de 70% em média, e quase todas as perguntas do gênero não é abaixo disso entre os cortes/segmentações. Há uma leve tendência dos mais instruídos, com mais renda e mais velhos se importarem mais com as questões ambientais, mas o viés não é tão importante em termos numéricos.

Ao mesmo tempo que há apoio massivo da população para medidas que minimizem os impactos da poluição nas mudanças climáticas globais, não há conhecimento entre 84% dos entrevistados sobre ações da prefeitura que aportem nesse sentido, de acordo com o Instituto Orbis. Entre os que mais conhecem estão aqueles com renda familiar menor de R$ 1.045,00 e que vivem nas regiões leste 2 e nordeste do município.

Para 96% da população, a prefeitura de São Paulo deveria atuar ativamente para criar alternativas de curto e médio prazo para diminuir a poluição e seus efeitos nas mudanças climáticas na cidade. Os que menos pensam que a prefeitura de São Paulo deveria fazer algo são aqueles que têm renda familiar acima de R$ 10.000,00.

A questão em que a população mais se dividiu foi sobre a relação entre qualidade do ar e aquecimento global. Literalmente a amostra foi dividida pela metade, e novamente, há maior consciência sobre essa relação entre os com mais renda do que entre os mais pobres. Metade da população acredita que “O Aquecimento Global não tem relação com a qualidade do Ar”, e a outra

De acordo com o levantamento do Orbis, 90% dos entrevistados acham correto exigir que empresas consideradas poluidoras, principalmente aquelas que venham a possuir contratos com a Prefeitura, apresentem soluções para a cidade para diminuição da poluição e melhoria da qualidade do ar.

Para 71% da população o transporte público movido a diesel não ajuda na melhora da qualidade do ar.

E a grande maioria, 91% da população, acredita que a mudança de clima afeta nos preços dos alimentos.

Para 96% dos entrevistados na pesuisa Orbis, os assuntos relacionados as Mudanças Climáticas devem ser ensinados nas escolas. Os 4% que pensam que não é um assunto que deveria ser ensinado nas escolas estão concentrados entre as pessoas que ganham mais de R$ 5.000,00.

Para o levantamento, o Instituto de Pesquisa Orbis entrevistou 1.047 pessoas, entre os dias 23 e 24 de fevereiro, residentes no município de São Paulo. A margem de erro da pesquisa é de 3,03%, com 95% de confiança. As pesquisas foram feitas por telefone, via URA ativa, e coletadas de forma automática. Foram feitas ponderações para acerto de coleta, segundo o instituto.