Nunes rescinde contrato com empresas de ônibus com suposto elo ao PCC
O despacho foi publicado no Diário Oficial do SP
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), autorizou a abertura de um processo para rescindir os contratos com as empresas de ônibus UpBus e Transwolff.
A decisão foi motivada por acusações do Ministério Público que ligam essas empresas com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O despacho foi publicado no Diário Oficial do SP, e a Secretaria Municipal de Transportes será responsável pela condução do processo.
As empresas notificados terão um prazo de 15 dias para apresentar suas defesas.
As investigações, que fazem parte da Operação Fim da Linha, começaram no ano passado e apontam para ligações entre as empresas e o PCC. Recentemente, o presidente da UPBus, Ubiratan Antônio da Cunha, foi preso por violar medidas cautelares relacionadas a essa investigação.
Em 2022, após a divulgação das acusações, as empresas receberam R$ 827 milhões em repasses da Prefeitura e assinaram novos contratos, apesar das suspeitas.
Além da UpBus e Transwolff, outras cinco empresas de ônibus estão sendo investigadas por ligações com o crime organizado. Juntas, elas transportam 27,5% dos passageiros de ônibus da cidade e receberam R$ 2 bilhões da Prefeitura apenas em 2023.
A investigação do Ministério Público revelou uma “infiltração” do PCC no setor de transportes, através de uma rede de empresas controladas por laranjas.
A Justiça já afastou 15 acionistas da UPBus e seis da direção da Transwolff, além de determinar uma intervenção da Prefeitura nas empresas. Após o início da Operação Fim da Linha, Nunes declarou que a Transwolff não administraria mais o sistema de ônibus aquáticos na represa Billings.
A investigação e suas implicações foram utilizadas por opositores políticos durante a campanha de reeleição do prefeito.