Com pior julho desde 2015, Sistema Cantareira volta ao ‘estado de alerta’

Principal reservatório de abastecimento de água da Grande São Paulo chegou a 39,9% de sua capacidade

O sistema Cantareira, principal reservatório de abastecimento de água da Grande São Paulo, chegou a 39,9% de sua capacidade neste domingo, 29, e entrou em estado de alerta. Nível é o pior desde julho de 2015. No ano passado, ele operava com 63,1% nessa mesma época. Segundo as novas regras da operação anticrise hídrica, o sistema entra automaticamente na “faixa 3”, de estado de alerta, quando fica abaixo de 40%. Para ser considerado normal, precisa chegar a 60%.

Em 2013, um ano antes da crise hídrica que levou ao uso do chamado volume morto e da redução de pressão para economizar água, o reservatório estava com 53,7% de sua capacidade. Os dados são da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp).

Neste ano, o sistema recebeu até o momento apenas 64,8% da chuva esperada para o período. O melhor mês foi janeiro, quando a Sabesp mediu 276,6 mm, ante 262,6 mm de média histórica. Em julho, até domingo, a chuva registrada foi de apenas 1,2 mm. A cidade de São Paulo completou ontem 103 dias sem uma chuva significativa, de ao menos 10 mm, e 45 sem nem uma gota d’água sequer vinda do céu.

Quando está em estado de alerta, o limite de retirada é reduzido de 31 mil para 27 mil litros por segundo. Para voltar à faixa 2, que é o estado de atenção, o nível precisa estar de 40% a 59,9%.

A Sabesp informou que poupou 25% do que poderia retirar do sistema e economizou 245,8 bilhões de litros do volume útil nos últimos 13 meses e que, sem as medidas, o sistema hoje teria apenas 15% da capacidade e não pouco menos da metade.

O longo período de seca influiu não só no nível do Cantareira, mas também de outros importantes reservatórios, como o Guarapiranga, que abastece boa parte da zona sul da capital e registrava ontem 62,9% de sua capacidade – ante 72,5% há um mês – e o Alto Tietê, que ontem estava com 52,8% – no dia 29 de junho, eram 56,7%.

Chuva

A previsão é que chova na capital paulista ainda nesta segunda-feira, 30, o que deve se repetir ao longo da semana, com a chegada de uma frente fria. Outra frente fria deve chegar ao Estado entre os dias 3 e 4 de agosto.