Operação apura desvios de R$ 6 milhões da saúde no Rio de Janeiro

MP investiga uso de dinheiro de convênio para pagamento de taxas ilegais

Representantes do Ministério Público (MP) e policiais do Rio de Janeiro realizaram na manhã desta quarta (6) uma operação que investiga desvio de R$ 6 milhões de um convênio firmado pela prefeitura da capital fluminense para realização de cursos de pós-graduação para médicos da Secretaria de Saúde.

Principal alvo, o casal Luiz Eduardo Cruz e Simone Amaral da Silva Cruz foi preso durante a ação em uma casa na Barra da Tijuca. Eles são acusados de receber R$ 87 milhões e usar R$ 6 milhões para pagamento de taxas de administração do convênio, o que é proibido.

Segundo a investigação, o dinheiro decorre do convênio firmado entre a Fundação Bio-Rio, onde Luiz Eduardo é conselheiro, e a Secretaria Municipal de Saúde, entre 2015 e 2016.

De acordo com o MP-RJ, Luiz Eduardo e a esposa eram responsáveis pela montagem, execução e rumos do esquema. Cabia a eles, a definição de como aconteceriam os desvios de verba pública, reuniões com os demais membros da organização criminosa e definição dos percentuais e valores desviados dos convênios.

“Em resumo, eles tinham o poder de criação, gerência e manutenção dos crimes e, consequentemente, o domínio final dos delitos praticados pela malta”, descreve a denúncia do Ministério Público.

Simone e Luiz Eduardo também são sócios da empresa de biotecnologia Cryopraxis, especializada no armazenamento de células-tronco do cordão umbilical de recém-nascidos.