Reta final das prévias do PSDB tem "guerra" subterrânea

Aliados de Matarazzo e João Doria partiram ao ataque

Aliados do vereador Andrea Matarazzo e do empresário João Doria Jr. Lançaram mão de denúncias para tentar vencer as prévias do PSDB que definirão o candidato do partido à Prefeitura de São Paulo.

A disputa subterrânea tem denúncias que vão do uso da máquina pública até a cooptação de apoio político mediante compensação financeira.

O vereador tucano Adolfo Quintas, aliado de Matarazzo, conta que estava em um salão de barbeiro em Ermelino Matarazzo, na Zona Leste, quando encontrou o militante Gutemberg Torquato Pereira, que é correligionário de Doria, e fez uma provocação. “No dia 28 (data do primeiro turno da eleição) você não ganha mais nada dele”. O aliado do empresário, que pela primeira vez tenta ser candidato a um cargo eletivo, teria respondido que, caso o pagamento não saísse, Doria não receberia os votos da região. “Se não sair o segundo pagamento no dia 27 (amanhã), ninguém vota. O homem (Doria) tem muito dinheiro, precisa gastar”. 

O diálogo relatado pelo parlamentar tucano foi gravado com um microfone escondido e logo passou a circular nos canais de debate virtuais da legenda. “Não fui eu quem gravou e não sei quem foi. Mas existem quatro ou cinco gravações como essa circulando no partido. O Doria está pagando para um monte de gente que nem é filiada ao PSDB”, diz Adolfo Quintas. 

Guttemberg afirma não ter recebido nada de Doria e que gravação é uma “montagem”. “Eu não estou ganhando nada. Isso é tudo montagem. Está todo mundo desesperado”.

A assessoria de Doria, afirma que a pré-campanha é formada apenas por voluntários, mas reconhece que paga uma ajuda de custo. “Logicamente a campanha reembolsa as despesas de transporte e alimentação dos colaboradores”, afirma a assessoria. 

Já o vice-presidente do PSDB paulista, Evandro Losacco, aliado de Doria, afirma que pedirá que o partido na capital instaure uma comissão de ética para investigar a conduta de Rodolpho Barbosa, presidente da Juventude do PSDB na capital e assessor de Matarazzo na Câmara Municipal. Ele teria feito uma gravação clandestina de uma conversa com o militante Anderson Silva Carvalho, conhecido como Celebridade, que apoia Doria. 

“Ficamos sabendo que o Rodolpho ligou na madrugada de carnaval para o Celebridade, que é seu amigo. Em um momento de relaxamento ele falou coisas que não procedem e inventou histórias. Foi uma armação”, diz Losacco. Reportagem publicada ontem no jornal Folha de S.Paulo mostra um diálogo no qual Celebridade diz a um interlocutor não identificado que “ninguém quer ‘trampar’ de graça” para João Doria. Com informações da Agência Estado.