Jungmann cria órgão para combater organizações criminosas nos presídios

Ministro ressalta que o sistema penitenciário está sob o comando de crimonosos

Para combater as facções criminosas que atuam no sistema penitenciário brasileiro, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann afirmou nesta sexta-feira (20) a criação da Comissão Nacional de Inteligência e Operações contra o crime organizado.

Jungmann ressaltou que a importância desse enfrentamento, já que em seu entendimento, o país está refém de grupos de criminosos. “Hoje o sistema penitenciário brasileiro, que já é o terceiro maior do mundo, está sob o controle das facções e grupos criminosos, por isso eu estou criando a Comissão Nacional de Inteligência e Operações contra o crime organizado reunindo todos os órgãos do governo federal e do governo estadual para combater as facções criminosas, que hoje representam a maior ameaça à segurança pública dos brasileiros e brasileiras e às instituições, à sociedade e à própria democracia”.

A comissão deverá ser composta pela Polícia Federal (PF), as polícias militares de todos os estados, Forças Armadas, Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Além do Conselho de Controle de Atividades Finaceiras (Coaf), do Ministério da Fazenda e do Banco Central.

Outra medida do ministério será o financiamento de bloqueadores de sinais de celulares e tornozeleira eletrônicas para os Estados que tiverem interesse. “Se nós não cortarmos o fluxo de comunicação entre o grande crime que está preso e o crime que está na rua nós, na verdade, estaremos enxugando gelo”.

O ministro lembrou que um projeto de lei que tramita no Congresso Nacional tem objetivo de determinar que todos os chefes de facções criminosas cumpram toda a pena no sistema de segurança máxima. O projeto também prevê o monitoramento das visitas de familiares e advogados e o fim das visitas íntimas para esses criminosos.

Raul Jungmann disse que nas próximas semanas o presidente Temer vai editar um decreto para criar a política nacional para presos egressos. O governo também vai disponibilizar, inicialmente, R$ 50 milhões para iniciativas contra a reincidência de crimes.