Prefeito de Maceió reforça denúncias de esquemas da Taturana

Rui Palmeira reforça acusações contra deputados, como fez na PF

O prefeito de Maceió Rui Palmeira (PSDB) voltou a ser testemunha de acusação dos esquemas da Operação Taturana, na manhã desta quarta-feira (30), após ser convocado a depor pelo Ministério Público Estadual de Alagoas (MP/AL), no processo em que o Núcleo de Improbidade Administrativa do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) apura a responsabilidade de mais seis deputados e ex-parlamentares alagoanos.

O depoimento do prefeito como testemunha de acusação acontece dois dias depois de adversários de sua reeleição, os deputados federais Cícero Almeida, o Ciço (PMDB) e Paulão (PT), terem sido condenados e tornados inelegíveis pelo TJ.

Ao chegar ao TJ para a oitiva do processo que tramita em segredo de justiça, o prefeito da capital alagoana falou da importância da atuação do Judiciário e das condenações já obtidas. E garantiu que voltará a contribuir com a responsabilização pelas ilegalidades, assim como fez na fase do inquérito da Taturana, na Polícia Federal, quando era deputado estadual.

“O que eu puder fazer para auxiliar, farei. Acho que é emblemático a questão do processo da Taturana. Felizmente, o Poder Judiciário está agindo, depois de dez anos, é verdade, mas as punições já começaram a acontecer, já em segunda instância. O que é importante para desestimular a reiterada prática de crimes”, afirmou Rui Palmeira.

Oposição isolada

O prefeito lembrou que foi um dos poucos deputados a se opor, ao lado de Judson Cabral (PT), à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Alagoas, presidida por Antônio Albuquerque (PTB), acusada pela PF em 2007 de desviar R$ 254 milhões dos cofres do Legislativo, juntamente com a Mesa anterior presidida por Celso Luiz (PMDB).

“Certamente, a gente tem como contribuir. Acho que a gente tem algumas informações que podem efetivamente ajudar, como acho que consegui ajudar no período do inquérito, no ano de 2007. Foram muitas informações. À época, conversei com o delegado Janderlyer Gomes e prestei várias informações que acredito que possa ter ajudado no indiciamento de alguns desses parlamentares”, relembrou o prefeito tucano.

Os réus do processo relativo às audiências desta quarta são: Antônio Albuquerque, Cícero Amélio, Nelito Gomes de Barros, Edval Gaia, Maurício Tavares e Cícero Ferro.

Além de Ciço e Paulão, foram condenados a inelegibilidade e a ressarcir quase R$ 2 milhões aos cofres públicos o deputado federal Arthur Lira (PP); o conselheiro afastado do Tribunal de Contas de Alagoas (TC/AL) Cícero Amélio; os ex-deputados estaduais Manoel Gomes de Barros Filho, o Nelito; José Adalberto Cavalcante Silva; Maria José Pereira Viana; o prefeito afastado de Canapi, Celso Luiz Tenório Brandão (PMDB); e o deputado estadual João Beltrão Siqueira (PRTB), além do Banco Rural.