PF investiga fraudes na licitação de equipamentos hospitalares no RS

Empresas pagariam comissão a médicos que influenciassem a compra de equipamentos para usar em suas cirurgias

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (13), ação para investigar um esquema de corrupção e sonegação de impostos na compra de equipamentos médicos para hospitais integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) de Passo Fundo, Rio Grande do Sul.

Foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão nas cidades de: Porto Alegre e Passo Fundo, RS; Florianópolis e Lages, Santa Catarina; e em São Paulo capital.

As investigações da Operação Círculo de Willis tiveram início em 2019, quando a PF desvendou a relação de médicos com empresas fornecedoras de materiais hospitalares. Profissionais da saúde estariam recebendo valores em troca do uso dos equipamentos neurocirúrgicos em procedimentos realizados pelo SUS.

De acordo com o apurado, os médicos chegavam a receber até 25% de comissão do valor total dos produtos destas empresas utilizados em cirurgias. Um médico recebeu, entre 2013 e 2018, cerca de R$ 1,5 milhão neste esquema de corrupção.

A PF identificou que o principal investigado da ação, teria se tornado sócio oculto de uma fornecedora de molas (stent neurológico), utilizada em neurocirurgias. A compra deste equipamento pela unidade de saúde ocorria sob a sua influência.

Além das compras e vendas irregulares, o investigado teria celebrado contrato com uma empresa de pesquisa para informar sobre a eficácias das molas. O médico alterou o resultado do estudo clínico, devido a um desacordo comercial, e apontou que o produto apresentava complicações superiores a 90%.

Os suspeitos são investigados pela prática dos crimes de corrupção ativa e passiva e sonegação tributária.