PF e Receita combatem organização que movimentou R$ 230 milhões

Grupo agia na fronteira com o Uruguai e movimentava recursos de organização criminosa do Rio

A Polícia Federal e a Receita Federal deflagram, nesta quarta-feira (17), a Operação Shawarma, para desarticular organização criminosa estabelecida na fronteira com o Uruguai, dedicada à prática de crimes financeiros como lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A movimentação financeira do grupo identificada no período entre 2016 a 2020 foi de aproximadamente R$ 230 milhões.

Valores de diversos estados do Brasil foram remetidos aos investigados, sendo identificados numerários oriundos de pessoas envolvidas com a prática de contrabando e de empresa suspeita de realizar a movimentação financeira de organização criminosa do Rio de Janeiro.

Na ação de hoje, 70 policiais federais, com apoio de servidores da Receita Federal, cumprem 9 mandados de prisão e 18 de busca e apreensão nos municípios gaúchos de Chuí (10), Santa Vitória do Palmar (2), Pelotas (3), Rio Grande (1), Porto Alegre (1) e ainda na capital paulista (1).

Também são cumpridas medidas de constrição de bens e valores, com o bloqueio de contas bancárias e indisponibilidade sobre bens imóveis de 24 pessoas (físicas ou jurídicas) envolvidas no esquema criminoso, o sequestro de 9 veículos previamente determinados e de outros encontrados nos locais de busca, bem como a suspensão da atividade das pessoas jurídicas das quais os investigados são sócios ou procuradores.

Crimes investigados

A investigação iniciou em 2017 em razão da constatação de movimentação financeira suspeita por parte dos investigados. Com o prosseguimento da apuração, verificou-se a utilização de pelo menos 11 pessoas físicas e 11 pessoas jurídicas (empresas de fachada) para a prática dos crimes.

A dinâmica criminosa consistia no recebimento de valores suspeitos, com a dissimulação do real beneficiário das quantias, caracterizando o delito de lavagem de dinheiro, e a remessa clandestina de parte do numerário ao Uruguai, que configuraria o crime de evasão de divisas.

A investigação se deu em conjunto com o Escritório de Pesquisa e Investigação (ESPEI) da 10ª Região Fiscal da Receita Federal do Brasil.

Os investigados poderão ser responsabilizados pelos delitos de organização criminosa, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem chegar a 24 anos de prisão.

A operação segue as diretrizes da Polícia Federal na busca pela repressão aos responsáveis pelas movimentações financeiras das organizações criminosas e pela sua descapitalização. (Com informações da Comunicação Social da PF em Santa Vitória do Palmar)