No DF, hospital público desliga luzes para não atender pacientes

Médicos recusaram atendimento e ainda desligaram as luzes

Além de não atender pacientes que lotavam a sala de espera do Hospital Regional do Paranoá, os três médicos plantonistas do período noturno, na quarta-feira (21) desta semana, ainda são acusados de terem mandado apagar as luzes, como uma espécie de "punição" pela queixa dos cidadãos pela demora no atendimento – que, afinal, não ocorreu.

Por recomendação de um policial militar, chamado para tentar fazer os médicos atenderem os doentes, até porque omissão de socorro é crime, um grupo de pacientes compareceu à Sexta Delegacia de Polícia do Paranoá e registraram a ocorrência.

Eles contaram que os três médicos presentes ao pantão – João, Caio e Paulo Emiliano – atenderam apenas a três crianças, no plantão iniciado às 19h, e depois não atenderam a mais ninguém. Funcionários do hospital, que informaram apenas os prenomes dos médicos, afirmaram que eles permaneciam no hospital. Houve a suspeita de que eles assistiam ao futebol, na televisão.

Na sala de espera do Hospital Regional do Paranoá, pacientes passavam mal, crianças choravam e adultos se contorciam. Um deles, um homem de mais 40 anos, chorava de dor. Ninguém foi atendido.

Como o passar do tempo, os cidadãos, cujos impostos sustentam o serviço público de saúde, começaram a se impacientar e a cobrar atendimento médico, e inclusive pediram ajuda à Polícia Militar. Mas foi inútil. Nesse clima, desligaram as luzes da emergência do hospital.

Os queixosos ainda relataram à Polícia Civil, na 6ª DP, que antes de pedir ajuda policial o grupo tentou uma explicação de algum responsável ou do Chefe de Equipe para a recusa do atendimento, mas foram informados de que no Hospital Regional do Paranoá não há chefe de equipe durante a noite.