Morador de área nobre em SP vive 23 anos a mais

Morador dos Jardins vive 24 anos a mais do que o do Jardim Ângela

Um morador do Jardim Paulista, área nobre da zona sul de São Paulo, vive em média 24 anos a mais que um residente do Jardim Ângela, bairro periférico na zona sul da capital. Nos Jardins, o morador morre, em média, aos 79,4 anos. Já quem mora no Jardim Ângela vive até os 55,7.

Essa diferença foi revelada em estudo encomendado pela Rede Nossa São Paulo e apresentado nesta terça-feira, 24. O Mapa da Desigualdade de 2017 mostra diferenças de acordo com o distrito da cidade em 38 indicadores avaliados. Entre os distritos que apresentaram os piores índices, Brás, Marislac e São Rafael ficaram empatados em último lugar. 

Após Jardim Paulista, os bairros onde os moradores vivem mais são: Moema (79,2), Consolação (78,9), Pinheiros (78,7) e Itaim Bibi (78,6). Entre os distritos com idade média ao morrer mais baixa, estão Anhanguera (56,4), Cidade Tiradentes (57,3), Lajeado (58,1) e Grajaú (58,2).

No Mapa da Desigualdade do ano passado, o estudo revelou que os moradores do Alto de Pinheiros, na zona oeste da capital viviam cerca de 25 anos a mais que o morador de Cidade Tiradentes, no extremo leste da cidade. Na média, o primeiro chegava a 79,67 anos, enquanto o segundo não passava de 53,85 anos.

De acordo com o estudo divulgado nesta terça, entre 2013 e 2016, houve piora em indicadores relacionados à cultura: acervo de livros infanto-juvenis; centros culturais, espaços e casas de cultura; cinemas; e teatros. Outro destaque negativo do período são os índices de mortalidade: específica para Aids; infantil; por doenças do aparelho circulatório; e por doenças do aparelho respiratório.

Saúde

O Mapa da Desigualdade chama de “desigualtômetro” a diferença entre o melhor e o pior indicador. Na saúde, o levantamento aponta que o indicador de gravidez na adolescência é quase 26 vezes maior na região de Marsilac, no extremo sul da cidade, na comparação com Moema, bairro em área nobre da capital. O indicador é de 0,88 em Moema e de 22,8 em Marsilac.

Trabalho e renda. O distrito no extremo sul da capital é também o que possui a pior remuneração por emprego formal (R$ 1.287,32) entre todos os avaliados. Na primeira colocação, está Campo Limpo, onde a remuneração média é de R$ 10.079,98.

?O "desigualtômetro" contém dados atualizados até 2016. As taxas foram calculadas a partir de informações econômicas e sociais fornecidas pela Prefeitura e demais órgãos oficiais, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A partir delas, a entidade listou os melhores e piores distritos da capital paulista sob o ponto de vista de saúde, educação, cultura, mobilidade, segurança e habitação. (AE)