Mil mulheres do MST ocuparam centro de pesquisa da Suzano

Grupo destruiu mudas de eucalipto transgênico em unidade localizada em Itapetininga

Cerca de mil mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) ocuparam na manhã desta quinta-feira, 5, a FutureGene, empresa de pesquisa da Suzano Papel e Celulose, localizada em Itapetininga, no interior de São Paulo. 

Segundo informações do MST, em seu site, no local da ocupação estariam sendo desenvolvidos testes com o eucalipto transgênico, conhecido como H421. "Na ocasião, as sem-terra destruíram as mudas dos eucaliptos transgênicos", informou o movimento.

Também durante a manhã desta quinta-feira, cerca de 300 pessoas organizadas pela Via Campesina ocuparam a reunião da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que tinha na pauta a liberação de três novas variedades de plantas transgênicas no Brasil: os milhos resistentes ao 2,4-D e ao haloxifape, além do eucalipto transgênico. A reunião foi interrompida e a votação passará para a primeira quinzena de abril.

"A ação, que faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Camponesas, pretende denunciar os males que uma possível liberação de eucalipto transgênico, a ser votado na CTNBio, pode causar ao meio ambiente", detalhou o MST. 

O MST também divulgou declaração de Atiliana Brunetto, integrante da direção nacional do movimento. "O princípio da precaução é sempre ignorado pela CTNBio. A maioria de seus integrantes se coloca em favor dos interesses empresariais das grandes multinacionais, em detrimento das consequências ambientais, sociais e de saúde pública”, observou.

Sobre o caso específico do eucalipto, Catiane Cinelli, integrante do Movimento de Mulheres Camponesas, afirmou: “Se aprovado pela comissão esse pedido, o eucalipto reduziria sua rotação de seis/sete anos para apenas quatro anos. O gasto de água será maior do que os 25 a 30 litros/dia por cada eucalipto plantado que se utiliza hoje. Estamos, novamente, chamando atenção para o perigo dos desertos verdes”. (AE)