Mantega apresenta a Moro documentos sobre conta na Suíça com US$ 1,3 milhão

A conta com extrato milionário não foi declarada para a Receita Federal

A defesa do ex-ministro petista Guido Mantega atendeu ao pedido do juiz federal Sérgio Moro e apresentou informações sobre sua conta na Suíça. A informação é da jornalista Mônica Bergamo.

Em maio, Moro pediu aos advogados do petista informações sobre essa conta,  que não foi declarada à Receita Federal. Agora a defesa atendeu a solicitação, mas alegou que “ainda que se cogite de algum ilícito” a competência para “investigar a relação de Sandri e Mantega é da Justiça Federal do Distrito Federal, que  já toca outro inquérito”.

Os documentos apresentados à Justiça Federal do Paraná justificam que a origem do valor de US$ 1,3 milhão como sendo  de depósitos feitos pelo empresário Victor Garcia Sandri, por conta de um “negócio imobiliário celebrado com a construtora e incorporadora Sandri Projetos e Construções LTDA”.

Segundo os advogados o negócio ocorreu por meio de permuta, Sandri teria adquirido terrenos herdados por Mantega e lá construiu o empreendimento de escritórios Atrium VII, localizado na Vila Olímpia. “Além da entrega das unidades, foi acordado o pagamento de uma quantia em dinheiro, a qual não foi prevista contratualmente justamente porque seria promovida por meio de operação financeira entre contas bancárias à época não declaradas às autoridades brasileiras”.

Os advogado também afirmam que a relação comercial entre o ex-ministro e o empresário teve início nos anos 1990. Essa transação ocorreu no ano de 2001, antes de Mantega ocupar cargos no governo. O pagamento teria ocorrido em duas parcelas, primeiro Mantega recebeu metade do valor quando foi concluída a construção e a outra parcela com a outorga da escritura.

Em delação, o dono do Grupo J&F  Joesley Batista apontou Sandri como o responsável por intermediar os pagamentos de propinas para Mantega.