No Senado, ministra da Cultura desconversa sobre o Perse

A resposta de Margareth Menezes foi que confia em Fernando Haddad, que quer acabar com o programa

Perguntada pelo senador Izalci Lucas (PL-DF) sobre sua contribuição no governo Lula para a manutenção do Perse, programa de apoio à retomada do setor de eventos, a ministra da  Cultura, Margareth Menezes, mostrou que não está envolvida no debate.

Primeiro, tentou finalizar as respostas aos questionamentos do senador sem tocar no assunto. Interpelada por Izalci, que insistiu em falar do programa, colocou todo o mérito da discussão na conta do ministro da Fazenda Fernando Haddad.

A artista que dirige o ministério da Cultura admitiu que conversou com Haddad uma única vez sobre o tema, já na segunda etapa das tratativas com o Congresso, e afirmou que confia no trabalho do colega. “O ministro Haddad é uma pessoa sensível à arte e à cultura”, acrescentou.

Haddad enfrenta quebra de braço com o Congresso na tentativa de revogar o programa. Autor do Projeto de Lei que estende a desoneração da folha de pagamento para os 17 setores, o senador Efraim Filho (União-PB) refutou o argumento governista também utilizado pela ministra, durante audiência na Comissão de Educação do Senado,  de que é preciso trabalhar para conter ‘fraudes’ em meio ao funcionamento da política pública.

“Se existem abusos, excessos ou fraudes, ninguém tem compromisso com o erro. A fiscalização, inclusive, é uma atribuição do governo federal e é possível sim fazer aperfeiçoamentos”, afirmou Efraim.

E completou: “A existência de eventuais problemas não pode justificar o cancelamento do programa, como o governo pretende. Você tem fraudes no Bolsa Família e nem por isso  cancela o programa. Eu vejo o Perse, assim como a desoneração, como um tema do Parlamento, e que o governo terá muita dificuldade em cancelar o programa”.