‘Perdi o cargo, mas minha dignidade está intacta’, diz juíza punida por opinar 

Entidade promoveu Fórum para tratar das ‘prisões políticas’

A associação dos Familiares e Vítimas do 8 de janeiro (Asfav) promoveu, na biblioteca do Senado, o II Fórum de Violação dos Direitos Humanos que versa sobre os ‘presos políticos’ do fatídico dia em que a Esplanada dos Ministérios foi depredada.

Liderada pela advogada Gabriela Ritter, a associação promoveu o evento para refletir sobre o que a Asfav considera ‘abuso de autoridade’ por parte do Supremo. Gabriela ponderou que ao mesmo tempo em que o evento ocorreu no Senado, o STF estaria “lançando um livro sobre os atos antidemocráticos e lançará um documentário no mesmo sentido”.

E completou: “Enquanto nós trazemos fatos e provas de um processo autoritário, o Supremo recorre à mídia para comentar um trâmite que não chegou ao fim, na intenção de justificar suas ações, enquanto deveria se manter imparcial como órgão julgador”.

O evento contou com a participação da jurista Ludimila Lins Grilo, juíza afastada da ativa, em Minas Gerais, por se posicionar politicamente em suas redes sociais.

Autora da obra bibliográfica Inquérito do Fim do Mundo, Ludimila afirmou, durante o evento, que não se arrepende da postura que a levou à perda da magistratura. “Perdi o meu cargo, mas minha dignidade está intacta”, cravou.

“Estamos num momento em que a Suprema Corte está violando direitos alheios e não adianta eu recorrer, não vou me dar a esse trabalho. Estamos em uma ditadura judicial”, arrematou