Moraes quebra sigilo de Jordy; deputado depõe na PF

Ministro quer revirar mensagens trocadas pelo deputado

O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) chegou para prestar depoimento à Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira (18), após ter sido alvo de mandado de busca e apreensão, expedido pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no âmbito da Operação Lesa Pátria.

Na sede da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, o deputado subiu o tom e disse que os inquéritos que apuram o 8 de janeiro e outros supostos crimes contra a República são ‘ilegais’. “Causa indignação. Eles dizem que eu seria um mentor do 8 de janeiro. Mentira, eu nunca tive acesso a nenhum desses autos. Autos ilegais, inquéritos ilegais, que tem vício na origem, já que o mesmo ministro que é vítima, é o relator, é julgador e acusador e nós não temos direito ao devido processo legal”. 

Moraes autorizou a quebra de sigilo telemático do líder da oposição na Câmara dos Deputados. O ministro quer ‘revirar’ mensagens trocadas pelo parlamentar e inspecionar o celular e um computador apreendido na casa do carioca “para fins de análise e perícia”. A Pf também esteve no gabinete de Jordy, em Brasília.

Nas redes sociais, o deputado disse que acordou sob a mira de um fuzil enquanto dormia com esposa e filha. “É inacreditável o que nós estamos vivendo. Esse mandado de busca a apreensão, determinado pelo ministro Alexandre Moraes, é a verdadeira constatação de que nós estamos vivendo uma ditadura. Eu, em momento algum do 8 de janeiro, incitei, falei para as pessoas que aquilo ali era correto, pelo contrário, em momento algum eu estive nos quartéis generais quando estava acontecendo todos aqueles acampamentos”, afirmou. 

E completou: “Nunca apoiei nenhum tipo de ato anterior ou depois no 8 de janeiro, embora as pessoas tivessem todo o seu direito de fazer suas manifestações contra o governo eleito”, acrescentou Jordy.