Laudo que causou desapropriações no Pará é alvo da CPI das ONGs

Quase 3 mil pessoas foram retiradas de casa para transformar região em ‘terra indígena’

Um dos objetos do relatório apresentado à CPI das ONGS deve ser um suposto esquema de venda de laudos antropológicos. Um dos casos suspeitos é o laudo que resultou na retirada de 3 mil pessoas da região de Apyterewa, em São Félix do Xingu (PA), para torná-la de uso exclusivo indígena. A suspeita é de que a FUNAI e ONGS que atuam em território brasileiro atendam interesses internacionais para tocar uma indústria de demarcação de terras.

O presidente da CPI das ONGS, senador Plínio Valério (PSDB-AM), afirmou ao Diário do Poder que, no caso de Apyterewa o documento foi elaborado “para atender aos interesses de órgãos internacionais, tornando a região em um verdadeiro cenário de guerra”.

Uma diligência da CPI, em São Felix, na última semana, reuniu quase mil moradores entre colonos e indígenas para discutir o assunto.  Durante a audiência, Valério criticou a atuação de ONGS na região. “O preço que exigem para cuidar da Amazônia é a nossa pobreza e a nossa miséria, enquanto as ONGs dominam a região. Covardes, em nome de um mandado da justiça, praticam a injustiça o tempo todo. São hipócritas. Estamos aqui com vocês, e esses hipócritas estão em Dubai falando em nosso nome”.

Segundo denúncia do prefeito de São Félix do Xingu, João Cleber de Souza, ONGS produzem laudos antropológicos para fazer com que grandes extensões de terra se tornem reservas indígenas, com apoio da FUNAI. Já os líderes indígenas da região acusaram a FUNAI de promover conflitos entre povos originários e colonos.

A chamada ação de ‘desintrusão’ dos moradores, promovida pelo governo federal chegou a ser paralisada, no dia 28 de novembro, por uma decisão do ministro do STF, Nunes Marques. Mas foi derrubada no dia seguinte pelo presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso.